Em entrevista coletiva dada nesta segunda-feira (dia 15), em São Paulo, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, disse que tem trabalhado no PMDB para aproximar as várias correntes para unir o partido.
"Hoje mesmo, eu vou conversar com o ex-governador Orestes Quércia com esse objetivo", anunciou. Para Renan, o fundamental é que o PMDB continue cumprindo seu papel na garantia da governabilidade e perseguindo seu projeto de poder.
– Não pode tremer nessa hora de crise, mas ele tem um projeto de poder. A grande convergência que há hoje no PMDB é em torno da candidatura própria. É importante unir todo mundo em torno da candidatura própria – afirmou.
Renan reafirmou seu apoio irrestrito às investigações das comissões parlamentares de inquérito. "Nada substitui a investigação. Essa coisa de pizza, o país pode ter certeza de que não vai acontecer. Nós vamos investigar, esclarecer, responsabilizar e, se for o caso, punir exemplarmente", garantiu. Perguntado sobre a possibilidade de impeachment do presidente da República, Renan disse que essa não é a saída.
– Eu não acho que o impeachment seja uma saída. É o último caminho, não serve para ninguém. Ele faz mal para todo mundo. Além do mais, para que haja impeachment, é preciso que haja prova cabal, irrefutável. É preciso que haja maioria congressual e que haja chancela da sociedade e eu não enxergo essas coisas existindo hoje -afirmou.
Para Renan, a saída de parlamentares de expressão do PT, como o senador Cristóvam Buarque (DF), é uma conseqüência natural da crise. Ele disse que alguns petistas já chegaram à conclusão de que o partido terá que ser refundado, em função do que aconteceu.
– A culpa não é só do PT. A culpa é do sistema político – partidário, que precisa ser radicalmente mudado no Brasil. Essa crise é, sobretudo uma oportunidade para que possamos fazer isso, do ponto de vista da propaganda e principalmente do ponto de vista do financiamento de campanha, diminuindo seus custos – avaliou.
