Funcred recebe pesquisa sobre vocações econômicas do Sertão

A Organização Não-Governamental Instituto Estação Desenvolvimento (Iedes) entregou esta semana, à secretária gestora do Fundo de Microcrédito do Governo do Estado (Funcred), Genilda Leão, o resultado de uma pesquisa, financiada pelo fundo, que identificou as vocações econômicas dos 28 municípios que integram a região do Alto Sertão alagoano.

O estudo, que tem como objetivo subsidiar a elaboração de projetos de geração de renda para a população pobre do Semi-Árido, considera que, apesar dos problemas climáticos da região, existe um conjunto de fatores que, tecnicamente trabalhados, poderão contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades locais.

Entre esses fatores, Genilda Leão destaca a existência de uma flora relativamente diversificada para os padrões do Semi-Árido; áreas com potencial de irrigação, clima propício para criação de animais (bovinocultura, caprinocultura, ovinocultura e galináceos), sobretudo os rústicos (galinha de capoeira). Sem falar no ecoturismo, especialmente às margens do rio São Francisco, e nos micro-climas de Água Branca e Mata Grande, além do rico artesanato.

Em função desses aspectos, o estudo feito pela ONG sugere um conjunto de atividades com possibilidades de serem exploradas pelas famílias da região, que, devidamente orientadas e financiadas, poderão contribuir para o desenvolvimento sustentável dos 28 municípios do Sertão alagoano.

Segundo Genilda Leão, a entrega do relatório representa a primeira etapa do convênio assinado entre o Iedes e o Funcred. A segunda fase consiste no levantamento socioeconômico dos moradores da região que se encontram abaixo da linha de pobreza, segmento para o qual as ações do Funcred devem ser dirigidas. “A partir desses diagnósticos, nós vamos elaborar projetos de geração de renda, que possibilitem a melhoria da qualidade de vida das populações do Alto Sertão”, explicou.

De acordo com a presidente do Iedes, Andréia Carnaúba, a região do Semi-Árido de Alagoas se destaca como área de baixo desenvolvimento humano e, como tal, configura-se como território onde predomina a migração rural-urbana e urbana para as áreas mais populosas do Estado, notadamente, a região metropolitana de Maceió.

O consultor do Instituto, Edmilson Veras, explica que a pesquisa identificou as potencialidades econômicas de cada município, os pontos fortes e fracos de cada atividade e as condições de mercado. Entre os municípios pesquisados, ele cita como exemplo Jaramataia, que tem vocação para criação de peixes (tilápia) em cativeiros, beneficiamento da tilápia, além de produção de mel de abelha e derivados.

Nesse caso, os pontos fortes para a criação de tilápia são a existência de açude no município, com capacidade e condições favoráveis à criação de peixes; comunidade próxima ao açude, baixo custo de produção e a existência de cooperativa de pescadores. Como pontos fracos, o estudo aponta o fato de ser uma atividade muito sensível às condições climáticas, o baixo valor agregado (considerando a venda do produto in natura) e a baixa escolaridade das pessoas.

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