Ex-gerente de restaurante da Câmara diz na PF que Severino negociou mesada de empresário

O ex-gerente do restaurante Fiorella, Izeílton Carvalho, afirmou hoje, em depoimento na Polícia Federal, que o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, cobrou mesada do empresário e dono do restaurante, Sebastião Augusto Buani, para prorrogar por cinco anos a concessão de uso do restaurante na Câmara.

Em entrevista após o depoimento, Carvalho disse que pôde "ter acesso a documentos nos quais consta o pagamento de propina e a ligação dele (Buani) com o presidente da Câmara". Segundo o ex-gerente, os pagamentos eram feitos "ora em envelopes, ora em cheques", pela diretora financeira do restaurante, Gisele Buani, filha do proprietário.

Ele contou ainda que os envelopes eram levados diretamente ao gabinete de Severino, que na época ainda não era presidente da Câmara. Lá, segundo ele, eram recebidos por duas secretárias de Severino, chamadas "Russeli e Gabriela".

Carvalho disse que "o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) recebeu R$ 20 mil". O ex-gerente alegou que resolveu fazer as denúncias após o discurso do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ)em plenário, no qual ele pediu o afastamento do presidente da Câmara. "Lembrei que tinha esses papéis e podia levar aos meios cabíveis", afirmou.

De acordo com o advogado do ex-gerente, Aldo de Campos Costa, os documentos entregues por Carvalho ao delegado "não mostram pagamentos". O advogado afirmou que esses documentos mostram os contratos entre Buani e a Câmara, além do documento supostamente redigido pelo Patriota e assinado pelo Cavalcanti", disse. "Não podemos falar em provas, mas em evidências", disse.

O ex-gerente Izeílton Carvalho presta novamente depoimento na sexta-feira, às 10h, dessa vez na sindicância aberta na Câmara para apurar irregularidade no contrato com a empresa de Buani. No depoimento na PF, Izeílton confirmou as denúncias que fez à revista Veja.

De acordo com a reportagem da revista, o documento que Izeílton diz ter sido redigido por Buani mostraria que ocorreram pagamentos mensais de R$ 10.000 a Severino em 2003. Essa taxa garantiria que seu restaurante pudesse continuar operando na Câmara mesmo depois de sua concessão ter vencido.

Em nota à imprensa, Severino negou que tenha realizado a negociação com o empresário.

Fonte: Radiobras

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