Três alagoanos na disputa pela Câmara Federal

Os deputados federais José Thomaz Nonô (PFL-AL) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP), dois dos seis candidatos que disputarão a Presidência da Câmara Federal, ainda que pertençam a partidos eqüidistantes ideologicamente, guardam em comum o fato de terem sido líderes estudantis, se formarem em Direito e serem alagoanos – nunca Alagoas esteve tão em evidência no Legislativo federal. E na atual conjuntura da disputa pela vaga de Severino Cavalcante, são igualmente protagonistas dos extremos; um encarna a oposição o outro é governo – ou insiste em sê-lo.

Nonô está no seu sexto mandato; já presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara, e integra a seleta lista de parlamentares apontados como os melhores oradores da Casa.

O prestígio e o nome que criou foram maiores que a mancada dada em 2002, quando assinou artigo declarando seu apoio ao ex-presidente Fernando Collor de Mello; logo ele – Nonô foi o primeiro parlamentar a circular em Brasília com o adesivo “fora Collor” colado na pasta e nas paredes de seu gabinete. Lidere estudantil na década de 1960, em Recife, foi um dos estudantes presos no malogrado congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Ibiúna-SP.

O deputado Aldo Rebelo nasceu em Viçosa e pertence à geração de universitários que ingressaram na Universidade Federal de Alagoas em 1975; dessa turma, faziam parte Renan Calheiros, Régis Cavalcante e Manoel Lins Pinheiro – não por acaso, eles lideraram o movimento político estudantil, que resultou na tomada do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Aldo se iniciou no movimento político atuando clandestinamente no PCdoB em Maceió; com a anistia e a legalização dos partidos comunistas, foi para São Paulo e se elegeu vereador pelo PCdoB no início da década de 1980. Sua atuação na Câmara é discreta, mas marcante nos bastidores; ele integra o chamado “alto clero”, formado pelos deputados mais influentes.

Na história da República, esta é a primeira vez que políticos alagoanos – dois deles com mandatos no Estado – se destacam na disputa pelo comando do legislativo; o Senado é presidido pelo senador Renan Calheiros (PMDB) – é o primeiro alagoano a ocupar o cargo.

Ainda que os analistas de Brasília considerem a candidatura de Aldo Rebelo mais uma jogada do governo e do PT, para minar a oposição,o confronto federal é marcado por essa peculiariedade – os alagoanos podem dominar o Poder Legislativo federal nas duas esferas: Senado e, agora, a Câmara.

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