Lula diz que ”burocracia do Estado” atrasou repasse de recursos para combate à febre aftosa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite de ontem que a "burocracia do Estado brasileiro" atrasou o repasse de recursos para controlar os focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul. A liberação de R$ 3,5 milhões para o combate à doença foi lenta porque, segundo Lula, esbarrou na legislação brasileira, que exige do governo estadual a elaboração de projeto comprovando a utilização do dinheiro.

"A burocracia no Estado brasileiro dá com uma mão e tira com a outra. Uma lei diz que pode, outra diz que não pode", disse o presidente a cerca de 500 empresários que participaram da abertura do 19º Congresso Nacional de Avicultura, no Palácio do Itamaraty. Ele acrescentou que quando surge a possibilidade de um vírus atacar a "extraordinária criação de frango que o Brasil possui ou o gado", nada pode impedir o Estado de tomar uma decisão.

"O Brasil tem que primar pela qualidade e tem que oferecer essa qualidade ao mundo. Eu tenho certeza de que o que está acontecendo no Brasil (focos de febre aftosa) vai fazer com que, ao discutirmos o dinheiro para que a gente cuide de forma correta do nosso rebanho, ele não seja tratado como se fosse dinheiro de outro ministério, que não tem o mesmo problema", afirmou o presidente.

Lula chamou a atenção dos avicultores ao afirmar que "a hora é agora" e citar o Brasil como o maior exportador de carne de frango e de gado do mundo. "Não é fácil chegar aonde nós chegamos. Então agora não podemos deixar a peteca cair", destacou.

Em resposta ao presidente da União Brasileira de Avicultores, Zoe Silveira D’Avila, que disse faltarem técnicos capacitados no Ministério da Agricultura para as ações do governo no setor, Lula afirmou que "a máquina pública, que já foi de primeira qualidade, que competia com qualquer maquina pública do mundo, essa máquina foi desmontada ao longo de muitos anos".

Os participantes do 19° Congresso Nacional de Avicultura discutirão durante três dias propostas para o incremento da produção do setor, geração de empregos, sanidade e qualidade de produtos, além da exportação, diante do novo cenário mundial.

Fonte: Agência Brasil

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