Morte de Fidélis pode ter ligação com guerra de policiais

O mistério ronda a apuração do caso Fidélis. O delegado designado para o caso, Marcílio Barenco optou pelo sigilo absoluto na investigação sobre o caso. Segundo ele, “nenhuma informação pode vazar”, por conta da possível ligação entre a morte de Fidélis e antigos mentores da gangue fardada, que podem estar há mais de um ano por trás de crimes de queima de arquivo em Alagoas.

O principal motivo dos crimes: a pistolagem nas décadas passadas era a principal forma de manutenção de poder político e econômico. O que arrastou a gangue fardada até para dentro do Palácio Floriano Peixoto, em governos anteriores ao de Lessa e fez com que o atual governador vestisse um colete, que simbolizava a varredura da impunidade de Alagoas. “Uma política enérgica de tolerância zero”, como afirmara Lessa.

O fato é que a morte de Fidélis coloca mais um nome na lista das queimas de arquivos, que podem estar diretamente ligadas a guerra entre policiais civis que vitimou agentes de polícia, nos últimos anos e colocou dois funcionários da Secretaria de Defesa Social no banco dos réus: Robson Rui e Alfredo Pontes – conhecidos como Robinho e Alfredinho, respectivamente. Ambos foram absolvidos pela Justiça.

Ligações entre as vítimas não faltam. Fidélis e o ex-tenente coronel Manoel Cavalcante são acusados pela morte do tributarista Silvio Viana, compondo o esquema de crime organizado mais famoso de Alagoas. “O assassinato do tributarista nunca chegou a um principal mandante”, revela uma fonte. Cavalcante – por sua vez – mantinha – segundo Garibalde Amorim e Fidélis –relações estreitas com o delegado da Polícia Civil, Valdir Silva de Carvalho, que já esteve preso sob investigação. Há suspeitas de que Carvalho conhecia bem Valter Santana (um dos policiais mortos).

Os absolvidos Robinho e Alfredinho eram acusados de manter um grupo de extermínio. Mas foram absolvidos por falta de provas. Os nomes deles constavam em um documento apócrifo – que segundo a fonte que o elaborou – foi feito com informações da própria Secretaria de Defesa Social. No papel estavam nomes de pessoas que formam uma quadrilha integrada de extermínio a serviço de “sabe-se lá quem”. O semanário Extra publicou esta lista em 2001. Entre os nomes, estava Nilson Alcântara (também delegado da Polícia Civil).

“Todos estes nomes são tentáculos. Nunca se chegou a cabeça do Polvo”, comenta a fonte, que por razões óbvias pede para não ser identificada. As relações descritas pela fonte nesta matéria se tornaram visíveis ontem, quando uma das principais testemunhas da morte de Fernando Fidélis, tem como advogada Cláudia Pontes, que é irmã de Alfredinho. “Mera coincidência?”, questiona.

Nomes

Já existe uma lista de possíveis autores intelectuais da morte de Fidélis com o Ministério Público e Secretaria de Defesa Social. A razão para o sigilo – conforme o delegado Barenco – é que o vazamento da informação venha a contribuir de alguma forma para os criminosos. No entanto, fontes já comentam sobre o envolvimento de pelo menos um delegado na morte do fazendeiro e presidiário Fernando Fidélis.

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