Morte da deputada Ceci tem nova versão

As confissões do ex-soldado Garibaldi Amorim foram além dos crimes atribuídos à gangue fardada; em troca dos benefícios para redução de pena, Garibaldi contou nova versão para o assassinato da deputada federal Ceci Cunha, ocorrido em dezembro de 1998.

Embora o depoimento de Garibaldi esteja “sob segredo de justiça”, algumas de suas revelações acabaram vazando; ele negou a primeira versão para o assassinato do fazendeiro Fernandes Fidelis – disseram que o motivo tinha sido divida com drogas; e contou que a morte da deputada Ceci Cunha tem outra motivação – o inquérito policial enviado à Justiça seria uma peça de ficção.

RISCO DE MORTE

CECI CUNHA

Mas, a revelação bombástica de Garibaldi referiu-se ao assassinato da deputada federal Ceci Cunha, no dia 16 de dezembro de 1998. Pelas confissões de Garibaldi, a versão que consta no inquérito policial não tem consistência; há falha primária, como a ausência das provas materiais, e falhas inadmissíveis, como a quebra de sigilo telefônico e bancário da deputada.

As revelações do ex-militar “bateram” com outras confissões e acabaram com as dúvidas; se o inquérito aponta os matadores e sustenta que eles “confessaram o crime”, nada justifica a ausência das provas do crime, ou seja, as armas e o competente exame comprovando os disparos e o calibre.

FRAGILIDADE

No caso de não ter sido quebrado o sigilo telefônico e bancário da deputada Ceci Cunha, a informação de que ela recebeu R$ 2 milhões para não disputar a reeleição reforça as suspeitas sobre a fragilidade do inquérito. Sem a quebra do sigilo bancário essa informação permanece como verdadeira; sem a quebra do sigilo telefônico, a informação de que a deputada Ceci Cunha estava sendo ameaçada também continua como verdadeira.

O mais intrigante, e que pode ser explicado a partir das confissões de Garibaldi, é o fato de o inquérito policial não ter levado em conta a renúncia do médico Geraldo Cajueiro, na época (1998) vice-prefeito de Arapiraca e candidato a deputado federal; faltando 40 minutos para encerrar o prazo de troca de candidaturas, Léa, irmã de Ceci, apareceu no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com duas procurações – uma de Cajueiro, renunciando a candidatura; outra de Ceci, assumindo a vaga. Ela se reelegeu e acabou assassinada no dia da diplomação (16 de dezembro de 1998), juntamente com o marido, Juvenal, e mais dois parentes.

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