Bonfim defende que Conferência Cultural é saída para democratização

Luis VilarSecretaria de Cultura Eduardo Bomfim

Secretaria de Cultura Eduardo Bomfim

O secretário executivo de Cultura, Eduardo Bonfim abriu – na manhã de hoje – a I Conferência Estadual de Cultura, no Centro de Convenções de Alagoas. O evento deve eleger delegados para a Conferência Nacional, que acontece nos dias 13 e 16 de dezembro em Brasília, com a presença do Ministro da Cultura, Gilberto Gil. Para Bonfim, este é um marco histórico da cultura brasileira. “O ‘ineditismo’ deste processo democrático é algo que vai dar frutos para nossas próximas gerações”, resume o secretário.

Como o senhor definiria a importância da Conferência Estadual de Cultura, que acontece hoje e a amanhã, aqui em Maceió?

É um marco histórico e inédito no Brasil. Por que eu digo isso? Bem, em primeiro lugar, a sociedade civil organizada está discutindo diretamente com os gestores públicos o rumo da própria cultura, de suas tradições e dos rumos de seu maior patrimônio. Antes existia no Brasil, uma política cultural que vinha de cima para baixo. É o povo quem deve definir onde é relevante se investir em cultura ou não. Isto está sendo discutido aqui de uma forma democrática jamais vista.

O senhor acredita que com um plano cultural traçado pelo governo pela sociedade organizada fica mais fácil distribuir os recursos, eleger prioridades e encontrar erros?

Acredito sim. Existe algo na cultura que é chamado de “lixo cultural”, que provém de um a indústria de consumo massificante e que o universo regional, muitas vezes não têm como combater. Dotando o povo de poder, é possível promover uma triagem. A própria população – ao debater de forma consciente sua cultura – realiza esta separação. Não é que sejamos contrários ao rock americano, ou outros estrangeirismo. Muito menos queremos ser bairrista. Mas cultura deve ser pensado de baixo para cima. Do micro ao macro. Só assim é possível compreender o real valor de cada obra produzida por cada artista e por cada povo. Respeitar o patrimônio cultural é uma prioridade.

Quais serão as propostas práticas para se conseguir expurgar este lixo cultural, que o senhor fala?

É isto que está sendo definido na conferência. Não posso, enquanto secretário, decidir sozinho quais as propostas que dariam certo, ou errado. Isto tudo vai acontecer durante estes dois dias de discussão. Os delegados que forem eleitos vão levar a nossa posição para Brasília. Caso eu já tivesse a proposta, eu iria de encontro a esta democratização que eu tanto prego. Só viria aqui para homologá-las, mas não é isto que acontece aqui hoje. Por esta razão, que a Conferência é tão importante. Vários setores, várias idéias e várias propostas devem entrar em choque e debate aqui hoje. Tanto por parte da sociedade civil organizada, quanto por parte do governo. A idéia do Ministro Gilberto Gil de criar uma leitura mais aberta do perfil cultural do país, saindo do eixo Rio-São Paulo, é que possibilita este marco histórico.

Grande parte da cultura regional de Alagoas está no seu interior e não na capital Maceió, mesmo que em alguns bairros, ainda se encontre folguedos com bastante força. Todos os municípios estão representados na Conferência, levando suas realidades para Brasília

A Conferência é aberta. Antes de estarmos aqui reunidos foram eleitos vários delegados regionais para se fazer o evento estadual. Pólos culturais como Marechal Deodoro, Cururipe, Penedo, Arapiraca, Delmiro Gouveia e Maceió possuem seus representantes neste debate.

O que esperar de resultado quando a Conferência Nacional de Cultura acabar?

Este é o início para uma maior inclusão cultural, democratização do saber e da cultura, valorização do regional e uma visão de construção de realidade que parta do local para o global. Além é claro, da união da sociedade civil organizada e o poder público na discussão sobre o nosso patrimônio cultural.

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