Jovens de galeras rivais declaram “guerra” no Benedito Bentes

Há um mês, a cúpula da Secretaria de Defesa Social esteve reunida para discutir o problema da violência no bairro do Benedito Bentes. O policiamento foi reforçado e blitz para encontrar armas e drogas feitas todos fins de semana, na entrada do Alto da Alegria, um dos pontos mais violentos do complexo.

No entanto, os índices de homicídios no Benedito Bentes continuam altos, como registram Comando de Policiamento da Capital (CPC) e Instituto Médico Legal (IML). O mais recente aconteceu na tarde de ontem e guarda em si uma história semelhante aos demais. O estudante Douglas Muriel Torres, 22, foi alvejado com dois tiros na cabeça. O principal suspeito do crime – segundo testemunhas – um membro de uma gangue rival a de Muriel Torres.

“Os jovens aqui se matam por brincadeira”, relata um dos moradores do Benedito Bentes. Conforme apurou o Alagoas 24 Horas, Muriel Torres estava envolvido com uma “galera” ligada ao tráfico e a homicídios. Uma das mortes atribuídas aos supostos comparsas de Muriel, era a de um primo de seu algoz. O homem de identidade não revelada é – conforme testemunhas – filho de um ex-PM, que reside no bairro.

A região onde ocorreu o homicídio fica próximo ao terminal de ônibus do complexo. De acordo com os moradores, é um lugar esquisito e sem iluminação, “o que ajuda na ação dos bandidos”. No entanto, o assassinato de Muriel Torres aconteceu ao meio-dia, horário de sol a pino. “Ele matou o homem na frente de todo mundo, para quem quis ver. Muitas mortes aqui são assim, porque o povo não tem coragem de falar, já que alguns membros destas gangues são menores e sempre saem impunes das peripécias”.

Conforme o IML, nos fins de semana, pelo menos duas pessoas são vitimadas por arma de fogo no Benedito Bentes. Grande parte dos casos – conforme os agentes da Polícia Civil – ligados ao tráfico de drogas e a briga de rivais. O perfil dos garotos mortos: idade entre 16 e 25 anos, morenos, sem emprego e baixa escolaridade. Os matadores possuem – em grande parte dos casos – o mesmo perfil de suas vítimas.

De acordo com o prefeito do bairro, Silvano Barbosa, “há uma necessidade imediata de se discutir segurança pública, no local”. O prefeito comunitário cita o caso de um jovem, filho de um radialista, que foi morto por engano, numa briga de galeras, por um dos traficantes mais temidos da região, conhecido apenas por “Gogó”. Conforme o prefeito, este já possui vários crimes.

Por enquanto, a PM, o policiamento no Benedito Bentes continuará reforçado, pelo 5° Batalhão da Polícia Militar – localizado dentro do bairro – e pelas rondas constantes feitas dentro do conjunto e na principal via de acesso. Nas sextas-feiras, o Batalhão de Operações Especiais tem ajudado no policiamento ostensivo.

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