Sintomas atípicos da Doença do Refluxo deixam otorrinos em alerta

Durante cerca de três anos a aposentada, Maria do Socorro Santos, 52 anos, viveu a experiência de ser acordada pelo seu esposo no momento em que sufocava. Ela lembra que, mesmo sem estar resfriada, ou sem fazer esforços com a voz, amanhecia rouca.

“No começo eu amanhecia só rouca, mas depois fui sentindo a garganta arranhar, mesmo sem estar resfriada, ou ter feito grandes esforços com a voz”, ressalta Maria do Socorro. Ela acrescenta que começou a procurar alguns médicos imaginando que sofria com algum tipo de alergia que remédio nenhum curava.

“Depois de alguns alergistas, resolvi procurar um otorrino e finalmente descobri do que se tratava. Nunca imaginei que minha doença fosse ocasionada por um problema no esôfago, afinal eu não sentia azia”, explica.

O que a aposentada não sabia, é que durante mais de três anos vinha sofrendo da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) que além dos sintomas típicos (azia, queimação) possui sintomas atípicos (tosse crônica, rouquidão, sensação de sufoco noturno, queimação na garganta, pigarro, úlcera de corda vocal, asma, bronquite crônica e até dor torácica).

Segundo o gastroenterologista que atua na Gastromed, Ivo Jatobá Leite, casos como o de Maria do Socorro têm sido muito comuns nos últimos tempos. “Muitas pessoas procuram um otorrinolaringologista acreditando estar com um problema na garganta e descobrem que, na verdade é o refluxo o grande causador dos infortúnios”, explica.

Para o médico, a contribuição dos otorrinos no diagnóstico do problema evidencia o acréscimo do número de pacientes que buscam o tratamento. “Os otorrinos estão mais atentos em relação aos danos do refluxo às cordas vocais e o resultado desse trabalho conjunto é o aumento do aparecimento de pacientes com sintomas atípicos da DRGE, o que não significa aumento abusivo dos casos da enfermidade”, explica Ivo Jatobá.

Complicações

O desconforto causado pela doença do refluxo, seja através dos sintomas típicos ou atípicos, deveria servir de alerta aos amantes do exagero. Quem sofre freqüentemente com o problema deve procurar um médico, já que também pode ser sinal de outra doença.

A esofagite, ou inflamação do esôfago, a formação de cicatriz e estreitamento do esôfago, chamados de estenose, Esôfago de Barret, uma lesão pré-maligna no órgão e até o Câncer de esôfago, são agravos que transformam uma doença “fácil” de resolver, em um problema que pode levar à morte.

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