Um armazém com capacidade para 100 mil toneladas de açúcar é a mais nova estratégia da Copertrading (braço comercial da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas) para melhorar a logística de distribuição e a comercialização do açúcar de 17 usinas e oito destilarias do Estado. Localizado em Marechal Deodoro, o Armazém é o segundo do Nordeste que possui tal capacidade de estocagem e emprega alta tecnologia para armazenamento e distribuição do produto. O empreendimento, orçado em R$ 11 milhões, recebeu financiamento de cerca de R$ 6,8 milhões do Banco do Nordeste, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
O Armazém foi construído para ampliar o período de estocagem do açúcar para exportação. O diretor Comercial da Copertrading, José Ribeiro Toledo Filho, esclarece que o Porto de Maceió tem capacidade para estocar o produto por apenas 22 dias. Com o Armazém de Marechal Deodoro, esse período será aumentado para 45 dias. Segundo Toledo Filho, com apenas 22 dias para exportar o açúcar, não era possível negociar preços vantajosos para as usinas, pois havia a necessidade de escoamento rápido do produto. Aumentando-se o tempo de permanência do açúcar no Estado, há como regular a saída do produto e negociar preços maiores. A Copertrading calcula um incremento de até US$ 8,00 por tonelada de açúcar exportado.
Além disso, a safra de cana-de-açúcar do Nordeste acontece em período invertido com a do Sul. Sendo assim, é preciso esperar que a produção sulista seja escoada para conseguir preços competitivos para a produção nordestina. A capacidade de estocagem do Armazém de Marechal Deodoro auxilia nesse processo.
Tecnologia
Toledo Filho ressalta ainda a tecnologia de ponta empregada no Armazém. “Operamos com 22 pessoas no total. O processo de descarga do açúcar e carregamento dos caminhões é todo automatizado, envolvendo uma esteira transportadora do produto, com 150 metros de comprimento. Para se ter uma idéia das vantagens da tecnologia utilizada, um caminhão com 30 toneladas de açúcar descarrega a produção em apenas 5 minutos, e, em 1 hora, conseguimos carregar 12 caminhões, com cerca de 300 toneladas no total”, disse.
Segundos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Copertrading foi responsável por 28% do volume total de exportações do Estado, em novembro passado, sendo a primeira no ranking das empresas exportadoras alagoanas. De janeiro a novembro de 2005, o Estado exportou US$ 510.258.105. No mesmo período, as exportações da Copertrading somaram US$ 142.832.671, representando um aumento de 16% em relação às exportações de janeiro a novembro de 2004.
FNE
O financiamento do Armazém foi feito pelo BNB, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Segundo o gerente de Negócios da Agência do BNB Maceió Centro, Robson Cruz, o FNE Comercial, modalidade empregada para a construção do Armazém, oferece vantagens como encargos competitivos. “No caso da Copertrading, que é uma grande empresa, os juros são de 14% ao ano, fixos”, informa.
O FNE Comercial é destinado à implantação, expansão, modernização e relocalização com modernização de empreendimentos do setor comercial e do setor de prestação de serviços, mediante o financiamento de investimentos e capital de giro associado. Cruz enfatiza ainda que os prazos de pagamento são de até 12 anos, incluindo quatro de carência, e que, no caso de microempresas, os juros são reduzidos: 8,75% ao ano.
Em relação às aplicações do FNE no Estado pelo BNB, no ano de 2005, o superintendente estadual do Banco do Nordeste em Alagoas, Expedito Neiva Santos, ressalta o volume de financiamentos, de cerca de R$ 155 milhões. Analisando o montante dos recursos do FNE contratados em 2005 em relação ao PIB de cada Estado, ele destaca que Alagoas ocupou o quinto lugar, com as aplicações do FNE apresentando uma relação de 1,5% sobre o PIB estadual – percentual superado apenas por Maranhão, Piauí, Bahia e Ceará.
