O julgamento de Saddam Hussein, que esteve 11 dias em greve de fome, será retomado nesta terça-feira na presença praticamente confirmada dos advogados de defesa, que já estão em Bagdá após terem boicotado as audiências por quase um mês.
Desde a oitava audiência, realizada no dia 29 de janeiro, os defensores do ex-presidente iraquiano e de seus sete colaboradores boicotaram o julgamento e impuseram uma série de condições para mudar de opinião, entre elas a revogação do novo presidente do tribunal. "A audiência de terça-feira, que será a décima terceira, será realizada, se Deus quiser, sem imprevistos", declarou para a AFP Raed Juhi, juiz de instrução e um dos porta-vozes do tribunal, em alusão à precária segurança que existe em Bagdá.
"Apesar das petições apresentadas ao Alto Tribunal pelos advogados de defesa sobre os assuntos que dizem respeito a eles e a seus clientes, o julgamento segue em curso e, até o presente, a audiência será realizada na data fixada", assegurou o porta-voz.
O promotor geral, Jaafar Al-Mussaui, destacou, por sua vez, que é esperada a presença no julgamento dos advogados iraquianos, mas não dos defensores árabes e estrangeiros.
Nesta segunda-feira o principal advogado de defesa de Saddam Hussein, Khalil al-Doulaïmi, disse que o ex-ditador suspendeu há uma semana a greve de fome, que durou 11 dias.
"Fiquei reunido por sete horas ontem com meu cliente. A pedido nosso, ele havia suspendido antes a greve de fome, que manteve por 11 dias, e perdeu quatro ou cinco quilos", disse o advogado, acrescentando que Saddam "está muito bem".
