A partir deste mês as escolas da rede estadual irão ganhar um ponto de apoio no que diz respeito à orientação sexual. Criado com o objetivo de diminuir os índices de gravidez entre os jovens e preveni-los quanto às DSTs e AIDS, o Núcleo de Orientação Sexual na Escola, ligado à Coordenadoria de Educação da Secretaria Executiva de Educação (SED/SEE), formará espaços para o diálogo entre família e comunidade escolar nas unidades de ensino, a fim de que os jovens possam compreender e exercer sua sexualidade de forma saudável.
Após uma pesquisa, a equipe do núcleo constatou que as escolas precisam adotar uma política pedagógica que contemple a sexualidade humana. A partir desse fato, gravidez, planejamento familiar, doenças sexualmente transmissíveis serão alvos de debates entre pais e filhos nas atividades a serem desenvolvidas no ambiente escolar.
“Nosso trabalho será feito preventivo. O número de meninas que desenvolvem uma gravidez precoce é muito alto. Na maioria das vezes, a estudante pode estar preparada fisicamente, mas emocionalmente ela não consegue enfrentar tantas mudanças. Porém, se encontrarmos casos de dependência ou gravidez, orientaremos os jovens e a família a procederem da melhor forma”, explica a coordenadora do núcleo, Maria Vilma de Oliveira.
Ações propostas
Todas as instituições de ensino do Estado serão contempladas. Inicialmente cinco escolas, em caráter emergencial, indicadas por sua respectiva Coordenadoria Regional de Educação (CRE), receberão durante o primeiro ano de funcionamento do núcleo orientações e formação para professores. Na capital, 20 escolas serão beneficiadas.
Assim que as CREs enviarem a relação das escolas para a SEE será posto em prática um plano de trabalho com as seguintes funções: formação para os educadores e educandos com a explanação do uso correto dos métodos contraceptivos, reuniões com as famílias dos alunos, a fim de apresentar o projeto que será desenvolvido, e a promoção de oficinas, para que os alunos conheçam e valorizem seu próprio corpo.
De acordo com Vilma de Oliveira todas as orientações serão desenvolvidas com base nos parâmetros e nas diretrizes curriculares nacionais. “A sexualidade está presente na vida desde a infância. Quando lidamos com esse tema devemos estar atentos para outra questão: a auto-estima destes jovens. Por isso a prevenção é tão importante. A princípio, o trabalho será feito com alunos da 4ª série, depois ampliaremos o trabalho para as séries iniciais”, informa.
Uma das propostas é que cada escola possua um kit pedagógico, composto de vídeos educativos sobre sexualidade, livros ilustrativos, métodos contraceptivos e miniaturas do aparelho reprodutor masculino e feminino. O uso desses materiais e o trabalho nas escolas serão acompanhados pela equipe do núcleo, composta por duas sociólogas e duas pedagogas, ambas com especialização em educação sexual.
