Falta de documentos impede famílias de receberem ajuda do Governo Federal

Elaine RodriguesTécnica do MDS visita favela Sururu de Capote

Técnica do MDS visita favela Sururu de Capote

A falta de documentação básica tem deixado centenas de famílias da favela Sururu de Capote, no Dique Estrada, sem os benefícios de projetos do Governo Federal, como o Bolsa Família. Na favela, a maior parte das 800 famílias residentes não possui nenhum tipo de documento e os poucos quem possuem exibem com cuidado a cópia do registro de nascimento rasgada.

Nesta tarde, uma representante do Ministério do Desenvolvimento Social esteve na favela para conhecer de perto a realidade enfrentada pelos moradores, especialmente pelas crianças, que passam a maior parte do tempo trabalhando na cata do sururu para ajudar no sustento da família.

“Temos conhecimento de que a maioria das crianças da favela está fora de projetos como o Bolsa família e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) porque as famílias não possuem documentação básica como CPF, RG, nem mesmo endereço. Por esta razão realizaremos um cadastro emergencial, que não precisará desses documentos, para inserir essas crianças no Peti, em atividades sócio-educativas e incentivá-los a voltar para escola”, explicou Adriana de Almeida Faustino, representante do Ministério do Desenvolvimento Social.

A visita contou com a participação de representantes das Secretarias Executiva e Municipal de Assistência Social, que estão trabalhando como facilitadores desse trabalho. Na ocasião, Adriana Almeida informou que o trabalho só está começando. “Amanhã haverá uma reunião com os Secretários de Assistência Social para que sejam definidos os rumos do cadastro e do processo como um todo. Além do que os gestores precisam se encarregar de viabilizar as condições para que essas crianças consigam ser inseridas nos projetos”, afirmou.

Alternativas

A líder comunitária da favela Sururu de Capote, Vânia Teixeira, conta que para tentar solucionar o problema da falta de endereço no local, os moradores criaram uma sede, uma casa que serve como referência para entrega de correspondências e documentos dos moradores.

“Nós tivemos a idéia de fazer a Casa de Apoio Santíssima Virgem dos Pobres para amenizar os problemas na favela. Perdemos tanta coisa por causa disso. O próprio cadastro do Bolsa Família, a maioria não pôde fazer por que não tinha um endereço para colocar e não servia o dos vizinhos mais próximos”, ressalta Vânia.

Para ela a iniciativa do MDS é importante, “muita gente quis colocar os filhos no Peti e não conseguiu. Mas é preciso dizer que não interessa só o dinheiro, queremos segurança para os nossos filhos dentro do Peti. Aqui eles estão trabalhando, mas pelo menos estão sendo vigiados por nós, os pais. Lá tem muita gente diferente, meninos de idades diferentes e comunidades diferentes que pode provocar briga, confusão”, enfatiza a líder comunitária.

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