Em habeas corpus, advogado de Suzane nega ameaça a irmão

No pedido de habeas corpus entregue à Justiça paulista nesta segunda-feira, o advogado Mário Sérgio de Oliveira nega que a liberdade de Suzane von Richthofen, ré confessa no processo que a acusa de envolvimento no assassinato dos pais, represente ameaça ao irmão dela, Andreas.

O argumento foi usado pelo Ministério Público para pedir que Suzane voltasse a ser presa. A nova prisão foi decretada no último dia 10.

"Andreas nunca mencionou nem antes, nem durante nem depois de seus depoimentos qualquer mínima ameaça recebida de sua irmã. Não existe nenhuma comunicação de Andreas ao Ministério Público, à polícia ou ao juízo, quer por escrito, quer verbalmente de qualquer mínima ameaça."

Oliveira nega ainda que a divergência entre Suzane e o irmão na partilha dos bens seja indício de problema, conforme alega a promotoria. "O que se trava é uma antiga disputa judicial, entre os advogados civilistas das partes envolvidas, exclusivamente, na esfera da Vara de Família, sem qualquer influência ou interferência no andamento dos autos do processo criminal."

Suzane estava em liberdade provisória desde junho de 2005, beneficiada por uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Sua prisão foi decretada um dia após a exibição de uma entrevista concedida ao programa "Fantástico", da TV Globo.

O microfone da emissora captou as orientações de Oliveira, e do também advogado dela Denivaldo Barni, com quem a ex-estudante mora. Os dois disseram a Suzane para chorar, interromper a entrevista e a dizer que não agüentava mais falar sobre o assunto.

No pedido de habeas corpus, Oliveira diz que o "Fantástico" exibiu "uma fita editada, montada com cortes e emendas" para tentar "passar uma imagem negativa dos profissionais, quando um deles conversava com a cliente, de maneira reservada e pessoalmente".

O advogado afirma ainda que a repercussão da entrevista "é particularmente preocupante" já que Suzane será levada ao Tribunal do Júri. O julgamento está marcado para o próximo dia 5 de junho.

"A impressão que a mídia transmite do crime e do criminoso produz maior efeito neles [nos jurados] do que as provas trazidas pelas partes na instrução e julgamento no plenário."

Fonte: Folha

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