A coordenadora estadual do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Eliane Silva, e outras 30 pessoas acusadas pela invasão de um terreno pertencente ao Estado, foram liberadas pelos policiais. O delegado do 5º Distrito Policial, Cícero Rocha, disse que não tinha provas e nenhum representante legal do Estado para fazer a ocorrência.
A prisão ocorreu no início desta tarde, quando policiais do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar foram cumprir o mandado de reintegração de posse. O grupo protestou e todos foram levados para a delegacia.
“O Bope fez o trabalho dele, mas nós não podíamos deixar todos aqui sem testemunhas e um representante do Estado, por isso foram liberados. Não ficou nenhum registro”, disse o chefe de serviço, Cícero Cavalcante.
Ao todo, são 100 famílias de sem teto, que invadiram ontem o terreno do Estado – localizado em frente ao loteamento Acauã, na Via Expressa. Eles fizeram protestos contra o mandado de reintegração de posse e alguns integrantes do grupo foram detidos, por equipes do Bope e da Polícia Militar.
“As famílias deixaram a área do Distrito Industrial porque não tinha terra suficiente devido a divisão desigual dos lotes. Por isso, vieram para esta região, que também é área industrial do Estado, e pediram apoio ao MTL”, explicou Eliane Silva, que achou a decisão injusta.
O movimento defende que os órgãos competentes façam um cadastramento de todas as famílias que ocupam áreas na cidade e, na delegacia, disseram que não iriam voltar para a área invadida.
“Nós defendemos que, independente das famílias ficarem ou não na área ocupada, seja feito um cadastramento para evitar que outras pessoas não comprometidas com a causa venham a utilizar as invasões para comercializar os lotes”, disse Eliane.
