Mais de 70 taxistas foram seqüestrados e mortos nos últimos 10 anos

O presidente do Sindicato dos Taxistas, Ubiraci Correia – em entrevista ao Alagoas 24 Horas – disse que Alagoas possui a média de um taxista morto a cada dois meses. Segundo ele, a ação criminosa acontece de forma igual: seqüestro seguido de assassinado. Na maioria dos casos – de acordo com números do sindicato – os taxistas são encontrados em localidades fora do perímetro urbano.

Com a morte do taxista José Luiz do Nascimento, 53, o Sindicato dos Taxistas já contabiliza 71 mortes, nos últimos dez anos. O número – conforme Ubiraci Correia – preocupa a categoria, que tem – em reuniões com a Polícia Militar e demais órgãos de segurança pública – lutado para resolver o problema.

Correia alerta as autoridades para a necessidade de maior rigor nos bloqueios. “Na verdade, a questão da segurança é difícil de se resolver. Nós temos mais de 70 taxistas seqüestrados e mortos. Diante disto, quando assumi o sindicato, o que fiz foi mostrar a polícia soluções e críticas, como por exemplo, as fiscalizações nas barreiras. Até porque 80% dos corpos foram encontrados fora do município, ou seja passaram pelas barreiras”.

A presença policial – conforme Correia – ajuda. “Quando funciona, a gente sente os efeitos. Já houve criminosos presos por conta destas barreiras policiais. Uma outra questão é a da comunicação. Nós temos hoje, oito empresas interligadas com o Comando de Policiamento da Capital. São 800 taxistas que podem acionar a PM pelo rádio. Se você me indagar se funciona 100%, a resposta é não. Nós sentimos dificuldades na hora da comunicação”.

Conforme o presidente do sindicato, o Comando de Policiamento da Capital, não tem dado uma resposta imediata quando acionados pelos taxistas. “O serviço tem localizado muito carro roubado, mas quando nós ligamos para a PM, a resposta demora”.

“O que coloco aqui, já falei antes ao coronel Brito para nos dá uma atenção especial. No CPC, existem várias cabines que atendem chamados da população. A cabine destinada aos taxistas está ociosa. Então eu disse, ‘comandante, não funciona’. Ele me prometeu disponibilizar uma pessoa só para o sistema de rádio, mas enquanto isto, os crimes estão ocorrendo”, colocou.

Correia alertou a categoria sobre os pontos críticos de Maceió. Segundo ele, o pior é o Tabuleiro do Martins. “Eu já fui assaltado e não aconselho os companheiros, que estão sem um sistema de rádio, ficarem parados em algum lugar da cidade. Os bandidos são audaciosos e tranqüilos. Pode a rua está iluminada ou escura, eles levam o carro do mesmo jeito. Se tiver o rádio, nunca fique um taxista só no ponto. Não pare no ponto sozinho”.

O presidente do sindicato destacou também que mais de dez carros foram roubados, nos últimos meses, e até agora não foram encontrados. “Nós notamos que os veículos são roubados, entram numa oficina, onde se tira o que quer do veículo. Joga o que sobra fora e as peças são vendidas para ferros-velhos. Este é mais um problema para a Polícia Civil resolver”.

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