CREA inspeciona obras públicas de Maceió

Alagoas 24 HorasPortadores de necessidades especiais têm dificuldade para atravessar a passagem de nível

Portadores de necessidades especiais têm dificuldade para atravessar a passagem de nível

Mal começou a inspeção do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Alagoas (Crea/AL) sobre a condição de acessibilidade das obras públicas, os deficientes visuais e físicos, que auxiliam os engenheiros a apontar as falhas da passagem de nível – no bairro do Farol – sentiram dificuldades extremas de andar pelas calçadas. Motivo: uma série de gelos baianos afixados no passeio público, impedindo a passagem de cadeira-de-rodas e dificultando a vida dos deficientes.

Driblando os gelos baianos e os desníveis entre calçadas e se arriscando – com a ajuda dos representantes do Crea e do poder público – os deficientes físicos e visuais opinavam sobre as mudanças recém-inauguradas pela Prefeitura de Maceió.

“É preciso que tenhamos um mapa mental do local que andamos, por conta de não enxergarmos. Estes desníveis, pedras, gelos baianos e outros obstáculos no passeio público, como orelhões e toldos, são os nossos vilões”, declarou Pedro Pereira, representante da Associação dos Cegos.

Os pedestres – que não participavam da fiscalização e olhavam com ar de interrogação para as pessoas que inspecionavam a área pública – também sentiam dificuldades, principalmente de atravessar as ruas próximas ao Viaduto Desembargador Washington Luiz. “Antes não havia nem faixa, mas pelo menos agora eles colocaram. Hoje está até legal de atravessar, porque os guardas de trânsito estão aqui. Mas nos dias em que eles não vêm é um sufoco chegar do outro lado. Morro de medo dos idosos serem atropelados, porque eles andam lentos e é preciso correr”, declarou a estudante universitária Carla Santos.

De acordo com o assessor técnico do Crea, engenheiro civil Jackson Cabral, o objetivo da inspeção é justamente acertar estas dificuldades. “Reunimos deficientes e o poder público, porque acreditamos que é responsabilidade da nossa entidade estabelecer este diálogo, que permita a correção de falhas de forma que as obras públicas venham a atender todos e não somente a uma parte, como acontecia aqui em relação aos motoristas. Facilitou o trânsito, mas dificultou o pedestre”, disse.

Cabral explicou que os próprios deficientes e pedestres vão apontar as dificuldades e ajudar a elaborar um parecer técnico juntamente com o Crea que será enviado aos órgãos públicos e a partir daí serão repensadas as estratégias, para efetivar as mudanças. Algumas bem simples, como coloca Cabral. No caso dos gelos baianos na calçada, basta retirar.

“É dever do Crea contribuir. Precisamos buscar uma ação integrada e aí inclui esta parceria com o órgão público, já que a SMTT está aqui presente, além das entidades sociais, como a Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal). Nossa preocupação é também oferecer propostas de mudanças”, destacou Jackson Cabral.

Para o superintendente de Transporte e Trânsito de Maceió (SMTT), Ivã Vilela, a iniciativa do Crea é algo bom para a sociedade. “Às vezes quando projetamos uma alternativa para melhorar a cidade, na prática acontece um pouco diferente, então é importante as reclamações e as críticas para acertamos os detalhes, como já aconteceu. Recebemos reclamações de pedestres e colocamos as faixas, aumentamos o número de pontos de ônibus e melhoramos a sinalização. Não é fácil mudar um paradigma de quase 50 anos, como acontecia neste local da passagem de nível e do viaduto”, explicou Vilela.

Ivã Vilela disse que com os relatórios do Crea e as dificuldades encontradas pelos pedestres, deficientes e idosos, será possível estudar alternativas. “Não só nestas obras, mas como em diversas outras. Estamos constantemente melhorando os nossos serviços. Principalmente, no que diz respeito à sinalização para o turista. Hoje, a Avenida Fernandes Lima está toda sinalizada e estamos resolvendo problemas no entorno da Praça Sergipe, aqui no Farol”, falou.

Jackson Cabral ressaltou que a visita à recém-inaugurada passagem de nível não será a única inspeção realizada pelo Crea em parceria com a sociedade civil organizada e o poder público. “Vamos visitar prédios públicos, estádios de futebol e trechos da cidade para buscar corrigirmos juntos estas falhas”.

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