Médicos residentes paralisarão atividades

Os médicos residentes de todo país irão realizar uma paralisação amanhã. A reivindicação do movimento é um reajuste de 30% nas bolsas que eles recebem. Além disso, os médicos também pedem melhorias nas condições de trabalho. Os residentes são hoje os maiores responsáveis pelo atendimento na maioria dos hospitais que tem o programa e vem sendo considerada a melhor maneira de formar especialistas no País.

Em Maceió, o ato terá início às 8h, em frente ao Hospital Universitário (HU),
no Tabuleiro dos Martins. Os 57 residentes que trabalham nas dez residências médicas em funcionamento na unidade de saúde irão realizar um café da manhã. Depois eles farão um protesto na frente do hospital.

A principal reivindicação é o reajuste da bolsa de R$ 1.490 que os 17 mil residentes brasileiros recebem – no mesmo valor há cinco anos – para cumprir uma carga horária oficial de 60 horas semanais, mas que na prática chega a
120. Por conta dos valores baixos de suas bolsas, muitos precisam enfrentar
uma jornada exaustiva de plantões para complementar a renda.

Outro problema enfrentado pelos médicos residentes é a falta de estrutura no programa. Em alguns casos faltam médicos responsáveis e os residentes, que estariam ali para formação, acabam sendo os únicos a fazer atendimento sem nenhum tipo de orientação. Dados do Conselho Federal de Medicina mostram que, nas instituições com residentes, eles são os responsáveis por 70% do atendimento à população.

A conseqüência aparece na qualidade do sistema de saúde, já que os residentes fazem parte de uma elite – mais da metade dos formados em Medicina não consegue entrar em uma vaga de especialização – e serão os cardiologistas, ginecologistas, cirurgiões, oncologistas e pediatras que em poucos anos estarão conduzindo consultórios e hospitais públicos e privados.

"O médico que se especializa vai atender nos hospitais e a acaba sendo usado como política assistencial e não de ensino. É mais barato pagar a bolsa do que contratar um médico já qualificado", afirma Diogo Sampaio, residente de anestesiologia e presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes.

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos