28 de agosto: Há 14 anos acontecia o impeachment de Fernando Collor

"Caras pintadas" foram às ruas pedir o impeachment de Collor
"Caras pintadas" foram às ruas pedir o impeachment de Collor

O “circo” estava armado. Hoje, dia 28 de agosto, seria a data para o tão badalado anúncio, em caráter oficial, do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB), confirmando sua candidatura ao Senado da República.

Na semana passada o deputado estadual Cícero Ferro (PMN), em pronunciamento inflamado, na Casa Tavares Bastos, confirmou a candidatura de Collor e repetiu, por várias vezes, em alto e bom tom, que o próprio Collor lançaria seu nome neste dia 28 de agosto, o que acabou não acontecendo.

Pela manhã uma fonte ligada ao ex-presidente disse apenas que houve uma mudança de estratégia e o lançamento havia sido transferido para a próxima sexta-feira, 1° de setembro, que também é o último dia para que os candidatos acertem contas com a justiça eleitoral.

Mas, porque Collor teria mudado de estratégia? Por um motivo óbvio: Há 14 anos a Camara dos Deputados aprovava o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, eleito em 1989, depois de 29 anos da eleição direta que levou Jânio Quadros à Presidência da República.

Por motivos até hoje não confirmados, Fernando Collor de Mello, “o Caçador de Marajá”, que derrotou Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi destituído do poder após várias denúncias de corrupção, nunca provadas.

Segundo as denúncias da época, o chamado “esquema PC” teria como beneficiários integrantes do alto escalão do governo e o próprio presidente. O Congresso Nacional instalou uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o caso. Aprovado por 16 votos a 5, o relatório final da CPI constatou também que as contas de Collor e PC não foram incluídas no confisco de 1990. Foi pedido o impeachment do presidente.

Numa reação claramente motivada pelo apelo da mídia, em agosto, justamente o mês do seu aniversário, a população brasileira começou a sair às ruas para pedir o impeachment. Com cada vez mais adeptos, os protestos tiveram como protagonista a juventude, que pintava no rosto "Fora Collor", com um "ele" verde e o outro amarelo, e "Impeachment Já" – foi o movimento dos "caras-pintadas".

No dia 28 de agosto de 1992, em votação aberta, os deputados votaram pela abertura de processo de impeachment de Collor. Foram 441 votos a favor (eram necessários 336), 38 contra, 23 ausências e uma abstenção.

Collor renunciou ao cargo, mas com o processo já aberto, teve seus direitos políticos cassados por oito anos, até 2000. O ex-presidente voltou à vida pública nas eleições de 2002, quando perdeu a disputa pelo governo do Estado para Ronaldo Lessa (PDT), que será seu principal adversário na disputa pela única vaga de Alagoas para o Senado.

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