O Senado promete elevar o salário mínimo no ano que vem para pelo menos R$ 400, mesmo com a proposta do governo de aumentar o valor dos atuais R$ 350 para R$ 375, como prevê a proposta orçamentária de 2007 enviada nesta quinta-feira ao Congresso Nacional.
O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da comissão mista do salário mínimo no Congresso, disse que os senadores vão brigar para aumentar o valor.
"Ano passado, a proposta do governo previa o salário mínimo de R$ 320. Fizemos um trabalho duro e chegamos ao valor de R$ 350. Se eu conheço a Casa, o valor não será menor que R$ 400, levando em conta a inflação e a variação do PIB [Produto Interno Bruto]", afirmou o senador.
Paim não prevê problemas em aprovar o reajuste mesmo com as eleições deste ano, já que apenas um terço dos senadores deixará o Congresso em fevereiro de 2007. Como os senadores têm mandato de oito anos, a maioria vai ficar no Congresso até o ano de 2011.
Segundo o senador, o novo presidente da República, eleito em outubro, terá que encontrar recursos para garantir o reajuste do salário mínimo sem elevar impostos à população. "Não houve aumento de tributo repassado à população este ano e mesmo assim conseguimos reajustar o valor do salário. É possível sim deslocar verbas do Orçamento para concedermos um aumento maior", ressaltou.
A oposição também defende que o valor do mínimo chegue a R$ 400 em 2007. Segundo o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), esse reajuste já deveria ter sido concedido ao longo dos quatro anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele foi eleito em 2002 assumindo o compromisso de dobrar o salário mínimo no início do governo, que era de R$ 200, e está devendo isso", disse.
Fortes também criticou a decisão do governo de criar 45,9 mil vagas no serviço público federal em 2007 como está previsto na proposta orçamentária. Segundo o senador, o "trem da alegria" do governo está ganhando força a cada ano. "Essa farra de cargos públicos que eles tanto combatiam agora adotam todo ano."
