Tranqüilidade na reintegração de posse no loteamento Santa Lúcia

Alagoas24horasVanildo Rufino, representantes da Santa Lúcia Imobiliária Ltda

Vanildo Rufino, representantes da Santa Lúcia Imobiliária Ltda

A reintegração de posse do Loteamento Santa Lúcia – de 2.500 m² -, no conjunto que leva o mesmo nome, está acontecendo de forma pacífica, apesar dos moradores reclamarem da falta de apoio do município e Estado.

As 40 famílias que ficaram até o limite do tempo estipulado começaram a deixar suas casas ainda na sexta-feira. Como a maioria é do interior, apenas 11 famílias continuam no local, a espera de ajuda para que voltem aos lugares de origem.

A ação, apesar de pacífica, conta com o reforço de 300 homens do 1°, 4° e 5° Batalhões da Polícia Militar, Cavalaria e Batalhão de Operações Especiais (Bope), comandado pelo tenente-coronel Luciano Silva.

As famílias estavam na área desde novembro do ano passado. De acordo com os moradores o terreno era baldio e local de estupro e desovas. “Nós não tínhamos para onde ir e os primeiros moradores só começaram a levantar suas casas porque não tinham para onde ir. A gente pensava que aqui em Maceió seria melhor do que lá em Joaquim Gomes”, disse Maria Quitéria dos Santos, 41 anos, mãe de três filhos, menores de idade.

Assim como a família de Quitéria, a de Manoel Carlos Pereira da Silva, 43, pai de quatro filhos – o mais novo tem apenas dois meses e o mais velho 11 anos – não tem para onde ir. Ontem ele viu sua casa, construída com o suor dos meses que passou catando papelão, ser demolida. “A gente lutava todos os dias para garantir o que comer. Agora, vamos ter que lutar para ter onde dormir”, disse o morador, que também não tem local fixo ou determinado de moradia.

Para garantir a segurança da ação, na sexta-feira uma equipe do Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar esteve no local para comunicar e acompanhar as últimas negociações. Ainda na sexta-feira ficou decidido que a desocupação seria às 8h de hoje.

O processo

A ordem judicial foi expedida há seis meses pelo juiz da 12ª Vara Cível, Gustavo Souza de Lima. A negociação para a saída das famílias começou há seis meses e a última ordem judicial foi entregue há 20 dias, pela oficial de Justiça, Saara Sandala. O terreno a Santa Lúcia Imobiliária Ltda (Stil).

Segundo o proprietário da imobiliária, Vanildo Rufino, quando as cerca de 40 famílias invadiram o terreno ele esteve no local e explicou que o imóvel era registrado e eles não poderiam permanecer no local.

Algumas pessoas afirmam que Rufino havia mando algumas vezes pessoas intimidarem os sem-teto, mas o empresário nega a acusação. "Nunca vim aqui intimidar ou ameaçar ninguém. Tudo está sendo feito dentro da lei", explicou.

Neste momento, Magali Pimentel – integrante do Conselho de Direitos Humanos da OAB – tenta contato com o secretário de Assistência Social do município, Cláudio Farias, para tentar resolver a questão da moradia para as famílias que não têm para onde ir.

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