Estilista capacita costureiras da Cooferve para inclusão social

Há 15 anos, a cearense Maria Icléa Coutinho, formada em estilismo e moda pela Universidade Federal do Ceará, decidiu aproveitar os seus conhecimentos do mundo fashion para contribuir com o desenvolvimento de comunidades carentes, possibilitando a inclusão social. Por meio da moda, ela busca a melhoria da qualidade de vida e a auto-estima dessas populações.

Com esse objetivo, Icléa Coutinho está iniciando um curso de capacitação das costureiras associadas da Cooperativa de Produção de Confecções de Fernão Velho (Cooferve), que recebe o apoio do Fundo de Microcrédito do Governo do Estado (Funcred).

O curso está sendo viabilizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem ao Cooperativismo (Sescoop/Alagoas), ligado à Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). A idéia, segundo explicou a estilista, é fazer um trabalho com as cooperativas de confecções e artesanato, que possa agregar valores tanto no vestuário como em acessórios, bijouterias, confecções de cama, mesa e banho além de artigos de decoração, buscando inspiração na cultura regional.

Nesses primeiros três dias de contato com as costureiras, Icléa Coutinho mostrou a sua habilidade, criatividade e versatilidade no trato com vestuário feminino. Em pouco tempo utilizou os segredos da modelagem e do corte para confeccionar peças de rara beleza e apelo comercial. “Queremos formar multiplicadores por meio de grupos de trabalho, observando o controle de qualidade, medidas padrões, formas e cor”, explicou. A qualificação na Cooferve vai até julho de 2007, finalizando com um grande desfile para o mercado da moda.

Experiência

A experiência da estilista com inclusão social através da moda foi adquirida e testada em todos os estados do Nordeste. Há cinco anos residindo em Brasília, Icléa prestou consultoria pelo Sebrae em várias comunidades carentes e levou o trabalho criativo das cooperativas de artesãs do Planalto Central para o Brasília Fashion Festival, o mais novo evento de moda do País, ocorrido no último mês de agosto.

Pelo seu trabalho, foi convidada pela Unesco para desenvolver um trabalho em Cuba, buscando o resgate do bordado cubano. Trabalho idêntico ela realizou no México e na Espanha.

Dignidade

No entendimento da estilista, o empreendedorismo social é uma possibilidade concreta, só precisa ser conhecido e abraçado. “Ele não faz distinção de cor, escolaridade. E pode dar, além de salário digno, confiança para que sejam exemplos para seus filhos”, afirmou a estilista em reunião com as costureiras.

Funcred

Icléa Coutinho destacou o trabalho desenvolvido pelo governo do Estado, por meio do Funcred, que vai além do repasse de recursos previsto em convênio. “É importante esse acompanhamento do Funcred, orientando na condução da cooperativa enquanto atividade empreendedora, até que a cooperativa possa caminhar com suas próprias pernas”, enfatizou.

Na opinião da secretária gestora do Funcred, Genilda Leão, a vinda de Icléa é uma oportunidade única para a qualificação do trabalho das costureiras. “Cabe a elas aproveitar o máximo do conhecimento e disponibilidade da estilista para melhorar a qualidade da produção e transformar esse conhecimento em geração de renda”. Ela destacou o trabalho da OCB, por meio da superintendente do Sescoop/AL, Márcia Túlia, que viabilizou a vinda da estilista.

O convênio firmado entre o Funcred e a ONG Créd-Social (Instituto de Inclusão Social pelo Crédito), vai até o mês de dezembro. Nele, o fundo garantiu recursos para capacitação em cooperativismo, registro, aquisição de máquinas de costura, aluguel do prédio onde funciona a cooperativa e capacitação em corte e costura.

Incremento

Para o presidente da Cooferve, Fábio de Assis Farias, o trabalho da estilista é mais um passo importante para a concretização da cooperativa. Segundo ele, atualmente, a cooperativa produz uma média de 300 peças por dia, mas a meta é chegar a produzir 500 peças.

Fonte: Assessoria

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