Cabral diz que diálogo é importante, mas defende PT fora do governo Téo Vilela
Na plenária do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) – que acontece neste momento no Sindicato dos Urbanitários, no Centro – o vereador e deputado eleito Judson Cabral (PT) falou sobre as conversas que os dirigentes petistas estão tendo com o governador eleito Teotônio Vilela Filho (PSDB) sobre a futura participação ou não do Partido dos Trabalhadores no Governo de Téo.
Judson Cabral disse que o tucano tem sido franco e aberto em seus diálogos com os petistas, mas que a concepção programática dos partidos são antagônicas e que por isto defende a não participação do PT no futuro Governo de Alagoas. No entanto, o vereador fez questão de colocar que o partido saberá votar pelos interesses do Estado, acima das divergências políticas e que a decisão final sobre a incorporação do PT ao projeto de Teotônio Vilela Filho será tomada em uma plenária estadual no próximo dia 21.
A opinião de Judson Cabral é compartilhada pelo petista Gino César, que esteve a frente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária durante o Governo Lessa e entregou o cargo em função do apoio do governo ao projeto tucano. Para Judson Cabral, nada impede que existam diálogos.
“O político que não conversa é um político morto. Não vejo mal nenhum nisto, ainda mais quando o futuro governador tem se mostrado acessível e dialogado com simplicidade. No entanto, vale ressaltar que o projeto neoliberal tucano não combina com o espírito do PT. A minha opinião é de que o PT não participe, mas o partido possui instâncias maiores que vão decidir esta questão de forma democrática”, destacou Cabral.
A plenária ocorre na manhã de hoje e está prevista para se encerrar às 13 horas. No entanto, nenhum indicativo retirado no diretório municipal é decisão final. Tudo depende mesmo da reunião estadual, mesmo o PT municipal sendo o que agrega mais filiados em Alagoas. Entre os petistas presentes na discussão, o clima é de não aceitação da entrada do PT no futuro governo.
O diálogo entre os petistas e o governador eleito foi intermediado pelo vice-governador de Vilela, José Wanderley (PMDB), por conta do partido de Wanderley ter sido fundamental para a vitória de Luis Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial. O fato foi lembrado pelos petistas durante a reunião e foi ressaltada a importância do partido do senador Renan Calheiros. No entanto, a porta aberta pelo PMDB parece “não ser tão larga”.
Durante o encontro, os petistas devem discutir ainda a consolidação do partido no âmbito nacional e regional, o projeto das esquerdas para o Brasil, a contabilidade do diretório e o que a presidente municipal Lenilda Lima (PT) considera o maior desafio do PT nos próximos quatro anos: “conquista a hegemonia dos trabalhadores”. “Estamos diante de um projeto de esquerda que tem que ser construído e reconstruído, pensado e repensado, constantemente”, avaliou Lenilda.
