Dirigente do São Paulo teme por morte no clássico com o Timão

Organizada do Tricolor não terá transporte público no retorno da Arena Corinthians.

Sérgio Barzaghi/Gazeta PressCarlos Miguel Aidar é o presidente do São Paulo

Carlos Miguel Aidar é o presidente do São Paulo

O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, saiu em defesa dos torcedores que ainda não sabem como voltar do clássico desta quarta-feira, contra o Corinthians, em Itaquera. Preocupado com a segurança dos são-paulinos, o mandatário disse ao LANCE!Net que tentou dialogar com as autoridades para buscar soluções, mas não obteve sucesso.

— Falei com a Secretaria de Segurança, procuradores, com o secretário-adjunto, mas não consegui sensibilizá-lo. Não consegui falar com a Secretaria de Transportes. Eles (autoridades) estão irredutíveis. Ouvi deles que a solução era muito simples: "Fala pra irem (os torcedores) de ônibus, que damos cobertura". Aí eu falei: "Mas você paga o ônibus?" São 70 ônibus. Se a gente paga, dizem que estamos do lado das organizadas. Se não paga, querem que dê onibus para o torcedor. Aí não temos o que fazer. E mesmo se os torcedores topassem, não vai ter ônibus suficiente e é muito caro.

Aidar criticou as autoridades envolvidas na organização do jogo e disse que teme pelo pior, caso os cerca 1.500 são-paulinos (total de ingressos disponibilizados para os visitantes) tenham mesmo de voltar a pé de Itaquera para o Centro, como cogitam fazer.

— Tem gente que vai chegar 5 horas da manhã em casa por causa disso. Pode ter bomba, pode ter morte, risco de emboscada, pode ter tudo numa situação dessas. O poder público não se empenha. Essas atitudes só fomentam a rivalidade, violência. E amanhã qualquer torcedor pode processar o governo por falta de apoio, fico muito preocupado com o descaso do poder público, que depois fica pregando história de torcida única. A torcida do São Paulo ficará ao Deus dará.

A Torcida Independente, maior organizada do São Paulo, se nega a fretar ônibus para voltar de Itaquera. O argumento é de que não estão encontrando o serviço, pelo risco de danos aos veículos diante de um jogo desse porte.

Aidar, por sua vez, também defende o direito dos torcedores. O advogado cita o Estatuto do Torcedor, que, no artigo 26, fala do "direito ao transporte público seguro e organizado" no dia de jogos, seja na ida ou saída dos eventos.

— Todo mundo sabe que o acesso a Itaquera é mais restrito. O jogo é às 22h, vai terminar 15 para meia-noite. Tenho informação da secretaria que os corintianos vão sair até meia-noite e meia, 15 para 1h. Aí é que vão organizar a saída do São Paulo. Neste caso, não tem mais transporte público. Isso fere prontamente o Estatuto do Torcedor, está escrito na lei. A Rede Globo também poderia ajudar, mudando o horário do jogo para mais cedo.

A Independente protocolou um ofício para a Secretaria de Transportes pedindo soluções, mas diz que ainda não teve resposta. O Metrô está previsto para funcionar até à 0h30 na quarta-feira, como de praxe em dia de jogos às quartas na capital, enquanto a CPTM fecha meia-noite. O LANCE!Net tentou contato com a Secretaria de Transportes, mas não obteve sucesso.

Fonte: R7

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