Entidades apresentam PL que torna crime hediondo morte de agentes da segurança

Alagoas 24 Horas

Entidades ligadas a agentes de segurança apresental projeto de lei

Diversas associações e sindicatos de policiais federais, militares e civis participaram na manhã desta quarta-feira (25) de uma audiência pública na Assembleia legislativa de Alagoas (ALE) para pedir a aprovação do Projeto de Lei (PL) 8258/14, que torna crime hediondo o assassinato de policiais e agentes da segurança pública.

O projeto está sendo apresentado pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT). De acordo com o deputado, o projeto é uma forma de atender a reivindicação das classes de segurança que solicitam ainda a reestruturação e valorização do trabalho policial.

Para o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas (ASSMAL), sargento Teobaldo de Almeida, somente em Alagoas nos últimos três anos foram cerca de 30 policiais militares de diferentes corporações mortos em confronto. “Esse número é assustador e nos preocupa muito esse crescimento não só em Alagoas, mas no Brasil todo”, destaca.

Para isso o presidente disse ser a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 51 e que institui a desmilitarização e unificação das policiais estaduais no Brasil. “Então é preciso uma restruturação da polícia como sistema de segurança pública, e essas mudanças devem vir a partir da PEC 51”, diz o militar.

Em 2014, segundo dados fornecidos pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL), foram assassinados 14 policiais de diferentes corporações, sendo 400 em todo o Brasil. “Hoje um traficante ou infrator comete um crime contra o policial e em poucos dias ele tá passivo de ser solto. Um país que trabalha e leva a segurança com mais seriedade, como os Estados Unidos e Alemanha, a penalidade é muito mais severa”, afirma o presidente.

A opinião é a mesma do vice-presidente do Sindicado dos Policiais Federais de Alagoas (Sinpofal), Flávio Moreno, que destaca o Rio de Janeiro como uma das cidades que buscam o equilíbrio na segurança pública do Estado. “A estrutura policial tem que enaltecer a carreira única meritocrática", propõe o policial.

Homenagens

Como parte da atividade, os policiais farão ainda uma homenagem aos parentes de policiais vítimas da violência em Alagoas com a entrega de uma Placa de Honra ao Mérito, além da entrega de rosas brancas à familiares.

Entre os familiares homenageados, está a subtenente da reserva da Polícia Militar, Ana Monte, que teve seu esposo, que também era militar, o 3º sargento José Cícero dos Santos Monte, de 51 anos, assassinado a tiros há 7 meses atrás na Avenida América do Norte, no Conjunto Carminha, no Benedito Bentes.

No dia 25 de julho de 2014, o militar fazia um bico como escolta de um carro da cervejaria Schin, quando foi abordado por criminosos e assassinado. “Ele foi morto porque os bandidos somente queriam a arma dele, dá pra acreditar nisso?”, diz a viúva. “Em 28 anos de atividade policial ele nunca foi baleado em ocorrência até acontecer o que aconteceu… Espero que o projeto seja aprovado e faça com que esses criminosos não achem que podem ficar impune”, cobra.