Bancos do Brasil e do Nordeste são ocupados pelos sem-terra

Gustavo MarinhoSem-terra ocupam agências do BB e Banco do Nordeste

Sem-terra ocupam agências do BB e Banco do Nordeste

Cerca de 2 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra ocupam na manhã de hoje (10) agências do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste, na capital Maceió e no Sertão, nos municípios de Delmiro Gouveia e Piranhas. Dando continuidade às mobilizações iniciadas pelas mulheres no estado, os camponeses exigem agilidade no Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) e criticam o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) que não atente nem contempla as necessidades das famílias assentadas.

Nas agências do Banco do Brasil, os Sem Terra denunciam a morosidade e a burocracia para a construção das casas dos assentamentos através do PNHR. Em Alagoas, famílias assentadas há mais de 6 anos ainda estão sem suas casas construídas, no Banco do Brasil, os processos estão parados por quase um ano na burocracia e lentidão para o início das obras.

“É mais um dia de luta na garantia dos nossos direitos. O povo Sem Terra quer conquistar efetivamente seu direito à moradia e é por isso que ocupamos mais uma vez essa agência para pressionar o órgão a dar continuidade aos processos burocráticos para que nosso povo possa começar o quanto antes a construção de suas casas”, disse José Roberto, da direção nacional do MST.

Já no Banco do Nordeste os trabalhadores pautaram as dificuldades e os limites dos créditos rurais, como o caso do Pronaf, em especial aos camponeses que vivem na região do semiárido. Segundo Débora Nunes, da coordenação nacional do MST esta é uma pauta conjunta do movimento da região nordeste. “Queremos uma reunião com a representação de todos os estados do nordeste com a presidência do Banco do Nordeste para que possamos debater as questões que dificultam a vida do nosso povo no campo e que tem uma relação muito grande com as dificuldades colocadas pelo banco”, destacou.

Ainda na manhã desta terça (10), trabalhadores e trabalhadoras rurais organizados no Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST), realizam um bloqueio em 4 trechos de rodovias em Alagoas, desde às 7h da manhã estão bloqueadas as rodovias nos municípios de Murici, Atalaia, Joaquim Gomes e Porto Calvo. A ação é contra os mais de 24 despejos sinalizados contra as famílias Sem Terra nos acampamentos, onde o movimento exige imediata suspensão. Os Sem Terras somam-se em Maceió com os demais camponeses para darem continuidade a agenda de lutas conjunta dos movimentos sociais do campo.

Jornada das Mulheres

Desde a noite do dia internacional da mulher que a cidade de Maceió está mobilizada com a presença das mulheres dos assentamentos e acampamentos do estado de Alagoas. Após ocuparem a superintendência do Ministério da Agricultura na capital, as Sem Terra seguiram em marcha pela cidade denunciando o modelo do agronegócio como prejudicial à vida e ao meio ambiente e fazendo a defesa da Reforma Agrária.

“As mulheres do campo ocupam as ruas de Maceió para dar o recado e fazer o diálogo com a sociedade: não queremos veneno na mesa do povo, queremos alimentos saudáveis para alimentar a nação”, destacou Margarida da Silva, da direção estadual do MST.

Com pautas específicas das mulheres camponesas, a marcha seguiu ao Palácio do Governo do Estado e à superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, onde as representantes do MST, MLST, MTL, CPT e MMC protocolaram um documento solicitando reunião com os órgãos.

No Palácio do Governo, a sinalização foi de uma audiência com o governador Renan Filho (PMDB) junto com representações dos movimentos sociais do campo na próxima quinta-feira (12) às 9h, já no Incra ficou marcada uma reunião com a superintendente do órgão na tarde de hoje, a partir das 14h30.

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