Estudantes mobilizam 50 mil pessoas para ‘barulhaço’ contra Cunha

Estudantes se dizem à esquerda tanto da oposição quanto do governo Dilma Rousseff (Foto: BBC Brasil)
Estudantes se dizem à esquerda tanto da oposição quanto do governo Dilma Rousseff (Foto: BBC Brasil)

A história se repete: em 2013, estudantes levam mais de um milhão às ruas, pedindo “passe livre” no transporte. Dois anos depois, jovens liberais organizam grandes protestos e “panelaços” pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Agora, três universitários mobilizam mais de 50 mil pessoas para o que chamam de “barulhaço” – protesto marcado para ocorrer durante o discurso em cadeia nacional de Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, na noite desta sexta-feira.

Mas se os três grupos se assemelham pela pouca idade e pelo poder de mobilização nas redes sociais e ruas, se afastam nos objetivos políticos.

Criadores do “barulhaço”, o estudante de direito Rodrigo Veloso, de 23 anos, e os alunos de ciências sociais Gopala Miron, de 19, Fabrício Mangue, de 21, têm como alvos os líderes do Congresso – e lembram o discurso dos apoiadores do partido espanhol Podemos e do grego Syriza, que hoje administra a maior crise econômica da história do país.

Em entrevista por telefone à BBC Brasil, reunidos em um apartamento em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, os jovens criticam medidas de austeridade, atacam a relação entre empresas e políticos e se classificam “à esquerda” – tanto da oposição, quanto do governo.

Apesar das críticas a ambos os lados, eles dizem que não apoiaram as manifestações contra a presidente e afirmam não ver contradição. “O governo está colhendo o que plantou com os aliados que escolheu”, dizem. “Podemos não concordar com os dois (Cunha e Dilma), mas sabemos que não são iguais.”

Seu evento no Facebook já foi visto por 1,6 milhão de pessoas e reúne, até o fechamento desta reportagem, 52 mil adesões. Entre os apoiadores estão movimentos sociais contrários à redução da maioridade penal e ao racismo, feministas, LGBTs e militantes de partidos de esquerda.

“Queremos manter o movimento suprapartidário”, diz Veloso, que afirma ser financiado apenas pela “bolsa do estágio”. “Nenhum partido ou corrente deles nos apoia diretamente, mas há certamente militantes do PT, do PCdoB, do PSTU, do PSOL e do PCB.”

“Tem pessoas de direita e até eleitores do Aécio, é bom dizer. Alguns simplesmente não gostam do Cunha, por um ou outro motivo”, afirma.

Fonte: BBC Brasil

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