Perto do fim dos contratos, Flamengo procura novos parceiros: ‘Dez vezes mais exposição’

GILVAN DE SOUZA/FLA IMAGEMGuerrero no Flamengo (Foto: GILVAN DE SOUZA/FLA IMAGEM)

Guerrero no Flamengo (Foto: GILVAN DE SOUZA/FLA IMAGEM)

Setembro chegou e, junto dele, a necessidade de iniciar contatos para viabilizar patrocínios para a próxima temporada. É exatamente neste momento que empresas traçam orçamentos e onde investir no ano seguinte. Em vias de ter quatro contratos expirados no fim do ano, o Flamengo já arregaçou as mangas e foi ao mercado prospectar a continuidade dos mesmos patrocinadores ou a chegada de novos. A crise econômica, por enquanto, assusta a diretoria rubro-negra, mas não tanto assim.

“A gente está em um momento complicado para todos os setores. Ninguém é cego de ver o que está acontecendo. Agora, o que o Flamengo criou nesse período…se estiver ruim para alguém, vai ser menos ruim para o Flamengo. O clube está organizado, com uma estrutura executiva e super profissional. Os nosso patrocinadores, todos eles, mostram satisfação com retorno, nível de atendimento, exposição. Compara-se com outros e dá exposição de dez a 15 vezes maior do que outro clube de nível intermediários. Acho que o que pagam o Flamengo é abaixo do que deveriam pagar, pelo nível de exposição”, disse o vice de marketing do clube, José Rodrigo Sabino.

Em dezembro chegarão ao fim os acordos com a Caixa Econômica Federal (R$ 16 milhões), Viton 44 (R$ 20 milhões), Jeep (R$ 4,5 milhões) e Tim (R$ 2,5 milhões). São R$ 43 milhões que entraram no caixa do clube em 2015 e que, por enquanto, não têm garantia de permanência no próximo ano. Dono da Viton 44, Neville Proa recentemente admitiu ser difícil manter o nível de investimento em 2016 diante da crise econômica que assola o país. Ainda assim, a diretoria rubro-negra mantém a confiança de que a recuperação financeira do clube nos últimos anos irá ser mais determinante do que contatos pessoais.

“Cada vez mais o Flamengo tem de ser menos dependente de um CPF. Hoje tem uma gestão profissional para captar parceiros. Você tem hoje 35 parceiros e não fica limitados a cinco propriedades. A ideia é chegar a cem parceiros, como clubes do nível de Manchester United e Real Madrid”, completou Sabino.

Na categoria de parceiros se encaixam até empresas que participam do clube em forma de permuta, com divulgação em troca de serviços oferecidos. Casos da Gatorade, que fornece isotônicos e até carrinhos-maca para treinos, a Technogym, responsável por aparelhos utilizados em musculação e avaliação fisiológica, ou a Lafarge, que forneceu materiais de construção para o Ninho do Urubu.

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José Rodrigo Sabino, vice de marketing do Flamengo
José Rodrigo Sabino, vice de marketing

Na luta por renovar parceiros, Sabino garante já ter conversado com mais de 30 empresas. A nova credibilidade do Flamengo ajuda, mas há entraves encontrados, como o rótulo de sono pantanoso e instável para investimentos do futebol brasileiro, construído ao longo de anos. Com isso, a lógica do país é inversa à europeia, onde clubes faturam mais do que as seleções com seus patrocinadores. Por aqui, a CBF consegue aglutinar investimentos para a seleção brasileira em um potencial não alcançado nem mesmo pelos dois clubes mais populares, Flamengo e Corinthians.

“A CBF hoje tem talvez mais de R$ 500 milhões de patrocínio. E você pega quem tem mais patrocínio do Brasil, Flamengo e Corinthians, têm um quinto e um sexto desse valor. Quando você pegar na Europa, eles têm uma receita até maiores do que as seleções. A gente está num ambiente que ainda assusta muita gente. Futebol tem um histórico não muito profissional, em termos de desorganização, de mudanças, de situações que aconteceram. À medida que a gente avançar, com uma estrutura mais profissional, outros clubes seguirem o exemplo do Flamengo, com modelos profissional e de versão séria, a tendência é de que, sim, invistam mais no clubes”, completou José Rodrigo Sabino.

Se quatro propriedades ainda não estão certas para ano que vem, o Flamengo continuará a receber, aproximadamente, os R$ 38 milhões anuais da Adidas. E, também, terá em 2016 um polpudo reajuste nas cotas de tv: de R$ 110 milhões, o valor terá um salto, previsto em contrato, para aproximadamente R$ 170 milhões.

Fonte: ESPN

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