Na última quinta-feira, o Atlético-MG anunciou a contratação do atacante Robinho, que chega em parceria com a empresa Dry World, nova fornecedora de material esportivo do “Galo”. O acerto com o “Rei das Pedaladas”, que será garoto-propaganda da companhia canadense, é parte da estratégia de expansão do grupo, que tem apenas seis anos e também acertou com clubes como Fluminense e Goiás para 2016 – o Santa Cruz também está na mira.
Fundada em 2010 pelo escocês Matt Weingart e pelo canadense Brian McKenzie, dois ex-jogadores de rúgbi, a Dry World começou praticamente em um “fundo de quintal”, fabricando um calçado de neoprene que promete deixar os pés dos atletas 100% secos e aquecidos.
Para ganhar notoriedade, a empresa fechou acordos individuais com jogadores da NFL e da CFL (a liga canadense de futebol americano), com os atletas atuando como embaixadores de seus produtos, especialmente o calçado e também luvas de neoprene.
O crescimento foi rápido, com a consolidação das invenções, o lançamento de novos produtos e a expansão da marca para 15 países e novos esportes, como futebol, boxe e MMA, além do futebol americano e rúgbi.
Mas foi ao crescer que a Dry Worldesbarrou em um problema.
A própria empresa se define como “independente” e diz focar suas atenções no desenvolvimento de equipamentos para melhora de desempenho de atletas, e não na dominação do mercado de material esportivo. Por não ter o mesmo poderio das gigantescas Nike, Adidas e Puma, porém, logo a empresa canadense se viu sem capacidade de produzir o número de itens necessários para manter sua evolução.
Por isso, os donos Weingart e McKenzie resolveram apelar para uma estratégia comum entre as companhias novatas: o crowdfunding – ou, em bom português, a “vaquinha”. Através de um site, a companhia levantou US$ 100 mil dos US$ 250 mil necessários para produzir 9 mil peças que estavam atrasadas.
“Fizemos essa campanha porque estamos cansados do status quo. As grandes corporações só se importam em fazer seus acionistas ganharem dinheiro, mas nós daDry World só queremos colocar o melhor produto em suas mãos para que seu desempenho possa ser o melhor possível”, justificou Weingart, na campanha decrowdfunding.
Para quem ajudasse na “vaquinha”, a empresa canadense deu alguns brindes, como um colar com o logotipo da marca e camisetas com mensagens bastante irônicas. Em uma delas, o recado é direto: “Nike, você está obsoleta”.
Agora, o Dry World expande seus negócios para o ramo dos uniformes de futebol, e com altos investimentos. O acordo com o Atlético-MG, por exemplo, é o maior que a equipe mineira conseguiu em toda a sua história: R$ 20 milhões por ano.
O lançamento da nova camisa atleticana será na próxima segunda-feira, mesmo dia em que Robinho já deve ser apresentando vestindo a camisa da companhia canadense.