“Apenas dei carona”, alega quarto acusado do caso Abinael

Alagoas 24 HorasDelegado Ronilson Medeiros, coordenador da Deic

Delegado Ronilson Medeiros, coordenador da Deic

Em entrevista coletiva concedida no final da manhã desta quinta-feira (21), o delegado Ronilson Medeiros deu por encerrado o caso que envolve o assassinato do jovem Abinael Saldanha, morto em 15 de junho a mando de um colega de trabalho e que teria sido descoberto por Abinael desviando dinheiro da empresa em que ambos trabalhavam.

A última ‘peça’ do quebra-cabeça foi apresentada à imprensa durante a coletiva. Trata-se do jovem Jonathan Barbosa de Oliveira, de 24 anos, que se entregou ontem à polícia depois de negociação entre a PC e a família do acusado.

Segundo informações repassadas pelo delegado, Jonathas teria fugido para a cidade de Lajedo, em Pernambuco, logo que soube da prisão de Jalves, um dos autores materiais e autor do disparo que matou Abinael.

Jonathan era o único acusado de participar do assassinato que ainda se encontrava fora do sistema prisional. Além de Jalves, também foram presos: Deivison Santos e Ericksen Dowell da Silva Mendonça, 30 anos, este último mentor do crime e colega de Abinael.

A polícia já havia antecipado em outra coletiva que a participação de Jonathan teria sido a de ‘resgatar’, Jalves e Deivisson do local do crime, em uma área de mata, na cidade de Rio Largo. A polícia não sabia ainda detalhes de como se deu esse resgate e a prisão de Jonathan elucidou alguns pontos.

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Na versão de Jonathan, ele e Jalves eram amigos. Jonathan tinha o hábito de tomar emprestado o carro de Jalves e de emprestar sua moto para o mesmo. Jonathan conta que na noite do sequestro e morte de Abinael teria levado Jalves e Deivisson até uma lanchonete no Santa Lúcia e deixado os dois lá, seguindo para “resolver umas coisas pessoais” com o carro da Jalves e que depois Jalves ligou pedindo para buscá-lo em Rio Largo.

Jonathan diz não ter questionado como Jalves e Deivisson chegaram em Rio  Largo e o que eles faziam lá. Ainda na versão de Jonathan, ele não teria presenciado o momento em que Abinael foi forçado a entrar em seu carro e sequestrado até Rio Largo. Ele também fala que ao chegar no município vizinho estacionou na estrada e que não sabia do crime, não ajudou na ocultação do cadáver e nem viu o momento que Jalves e Deivisson atearam fogo no carro da vítima. Ele também diz não ter notado cheiro de combustão ou visto fumaça no momento em que esperava os comparsas na estrada. É também de Jonathan a versão de que ele não recebeu nenhum dinheiro para resgatar Jalves e Deivisson. “Não sabia que ele (Jalves) me pediu para levar ele até o Santa Lúcia para cometer um crime, nem sabia que eles mataram ele (Abinael) aquela noite no matagal. Não recebi nenhum dinheiro. Eu apenas dei carona,” relatou o acusado.

JONATHAN CASO ABINAEL (1)Ainda na versão de Jonathan, todo o plano macabro que tirou a vida de Abinael teria sido executado no intervalo de duas horas e meia. “Eu deixei eles na lanchonete por volta das oito horas da noite e fui buscar em Rio Largo umas 10h30,” relata o quarto acusado.

A polícia não acredita na versão de Jonathan. A PC sustenta a versão dos comparsas de que Jonathan recebeu R$ 2 mil por sua participação no crime e teria seguido Jalves e Deivisson até Rio Largo. O fato é que a polícia não tem indícios suficientes que coloquem Jonathan na cena do crime no momento em que ele foi cometido. De mesmo modo a PC não conseguiu encontrar a arma usada na execução de Abinael. O que se sabe sobre a arma do crime é o que a perícia aponta; que a perfuração no corpo de Abinael é compatível com a de um projétil de revólver calibre 32.

Sobre ter fugido, Jonathan diz que tomou a decisão “por medo”. Questionado por ter alegado que não sabia que havia ocorrido um crime aquela noite e que, portanto, não havia nada a temer, ele se limitou a dizer que fugiu quando soube da prisão de Jalves – efetuada depois de a polícia descobrir que ele teria vendido o celular da vítima.

Jonathan, que não possui antecedentes criminais, deve responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça com pedido de prisão preventiva para os quatro acusados.

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