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Luis Vilar

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A arte de negar o óbvio

Alguns políticos fazem jus ao dom da oratória. Outros, recorrem ao subterfúgio dos mais estranhos silogismos para “negar o óbvio”. Por qual motivo? Em alguns casos a pergunta é misteriosa. É o que acontece, por exemplo, com as declarações do prefeito Cícero Almeida (PP), que comanda os destinos da cidade de Maceió, e possui feitos que merecem ser reconhecidos como positivos.

Mas, vamos aos fatos. Almeida – em recente entrevista à imprensa – destacou que as alianças firmadas com o PT e com o PDT – os mais novos partidos a integrarem a base “almeidista” – são antes de tudo administrativas e que a preocupação primeira é com as políticas sociais que serão desenvolvidas em Maceió. Ora, não se descarta a possibilidade de Almeida, ou os partidos, terem escolhidos os nomes certos dentro dos quadros possíveis para cumprirem boas administrações. Como é o caso, do reconhecido intelectual Arnóbio Cavalcante, que pode sim contribuir.

Porém, é ilusão querer propagar a “arte de negar o óbvio”. A Prefeitura Municipal de Maceió tem sido “loteada” por conta do projeto do prefeito Cícero Almeida, que passa pela criação de um grupo político para 2010. Ainda que o prefeito não saia candidato, o que soa improvável, pois – para muitos almeidistas – seria deixar o cavalo passar com sela e tudo, Almeida responde – com as alianças – às críticas que afirmam que ele tem popularidade, mas não tem grupo político.

Almeida possui uma densidade eleitoral, uma língua ferrenha e um temperamento que faz com que – muitas vezes – ele mesmo seja seu pior inimigo. Mas, até então, o prefeito de Maceió nunca conseguiu se constituir um cacique político. Aqueles, que dentro da tribo formada pela sopa de letrinhas – PT, PP, PDT, PTB e outros “Ps”… – jogam o xadrez das oportunidades desprezando as massas. Aqueles mestres da “arte de negar o óbvio” e que sentam confortavelmente nas cadeiras do Senado Federal, a ponto de não querer perdê-las, de apoiar José Sarney e outros que se mantenham vivos por atos secretos. Os famosos atos secretos.

O leque de alianças da Prefeitura Municipal é estranho para o eleitor que possui memória. Envolvem partidos que até então não simpatizavam muito com o jeito Almeida de ser, mas se renderam ao prefeito. O detalhe é que eles não se renderam por ideologia, simpatia, muito menos “aliança administrativa”. A união – que em alguns casos faz a força – se fez diante da força popular (para alguns populistas) do prefeito de Maceió.

Quem teme desaparecer, ou perdeu estatura política vem pegar carona no “rabo do cometa”. Alguns encontram sobrevida – o que não é o caso do PT, que já se tinha um namoro antigo por parte de alguns filiados – nos domínios almeidistas. Na ânsia de um leque de alianças, que aponta para 2010, segue a rede de arrasto. E assim, somam-se PP, PDT, PT, PRB, PCdoB, Democratas, PMN, e outros. Nos bastidores, já se fala em convites a outros amigos “esquerdistas”.

Assim, segue um alinhamento também com o Governo Federal, de Luis Inácio Lula da Silva. Se formos tomar por exemplo o Governo Federal, a qualidade do pirão é duvidosa, porque as farinhas parecem ser diferentes, mas estão vindo do mesmo saco.

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