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Luis Vilar

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A distribuição de cadeiras para siglas

“A política é um jogo bruto”, declara Diógenes Tenório ao deixar a Procuradoria Geral do Município. Tenório foi odiado por parte dos vereadores da Câmara Municipal de Maceió e ainda assim chegou a figurar como o “candidato de Cícero Almeida para a Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas”. O operador do Direito nega que tenha veia política e que – em algum momento – cogitou a hipótese de fazer parte da “Casa do Povo”, ou “parlamento alagoano”.

Tenório foi praticamente derrubado da administração municipal, mesmo tendo se antecipado e pedido sua exoneração. Ele é mais um do “corpo técnico sem pretensão política que deixa a Prefeitura Municipal”. De uma forma generalizada, foram os técnicos de Almeida que ditaram o ritmo de seu primeiro quadriênio e possibilitaram que o prefeito fosse fluente em sua campanha política rumo à reeleição.

É de se reconhecer a contribuição dada por nomes como Edinaldo Marques, Clécio Falcão, dentre outros que foram discretos – por não serem políticos – mas mostraram eficiência. Porém, quando o assunto é política, os técnicos em uma administração são os primeiros a verem suas cabeças rolarem. Eles precisam ceder a cadeira para os acordos. O que não foi o caso de Diógenes Tenório, que vinha travando uma disputa interna com Marcilene Costa.

Mas em alguns outros casos, o leque de alianças de Cícero Almeida começa a expor uma composição política – dentro de sua nova gestão – que assusta não só pelo tamanho, mas como pela diferença de objetivos entre as partes que compõem este “contrato” que tem como norte as eleições de 2010. Todos querem espaço, porque todos querem palanque. Pousar para foto ao lado de Almeida, hoje é uma disputa. Mas, a História mostra, que “os fieis amigos da política” estão sempre revendo seus conceitos e Cícero Almeida – se não tomar cuidado – será o degrau necessário, ou a “agulha” do conto de Machado de Assis, que abre espaço para “muita linha vagabunda” desfilar por entre os tecidos nobres.

No final, a agulha volta para a caixinha. Os “amigos” de Almeida não querem o prefeito candidato ao governo, a não ser que tenham muito o que lucrar com isto, como uma das cadeiras do Senado, no caso de dois “recentes amigos fieis”, ou então uma “vice-governadoria”, no caso de outro “amigo eterno”. Eis o jogo bruto da política, que distribui cadeiras não conforme a competência, mas sim de acordo com as conivências e conveniências. Estas – por sua vez – deixam sempre entrelinhas de uma eleição futura. O objetivo crucial dos astros “sem luz” que circulam “a estrela”: mamar nas tetas já magras no jogo dos “podres poderes”.

Lotear a administração pública – estadual, federal e municipal – não é privilégio de um gestor, mas é a regra prevista na cartilha de todos eles. Os compromissos políticos acabam falando mais alto e zombam da memória do eleitor.

Quem não lembra das farpas trocadas entre Ronaldo Lessa e João Lyra? Quem não lembra que Lessa desaprovava o projeto de Cícero Almeida? Neste jogo, se vão as ideologias, mas o importante é que fiquem os dedos…uma mão completa sempre ocupa mais espaço para agarrar sabe-se lá o quê, com sabe-se lá que objetivo…

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