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Luis Vilar

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Deu Dudu e não o inesperado

E o inesperado não veio…Este foi o sentimento dos “almeidistas” diante da vitória do vereador Dudu Holanda para a presidência da Câmara Municipal de Maceió. Uma vitória que rachou o PP municipal e ainda deixa arestas para ser aparada nas próximas semanas. Mas nada que a velha maneira de fazer política não resolva. Afinal, as artimanhas da política são como as nuvens no céu: um dia estão de um jeito e há ameaças de chuvas e tempestades, no outro – por mais contraditório que seja aos índices pluviométricos – se vê céu aberto.

Dudu Holanda sagrou-se vereador-presidente com o “grupo dos treze” e sem ser surpreendido pelas traições tão comentadas em bastidores. A estratégia dos vereadores de firmarem compromisso antecipadamente deu certo, ainda que criticada por muitos “almeidistas”. Porém, atenção precisa ser dada aos votos nulos do PSOL.

No mínimo, Ricardo Barbosa e Heloísa Helena, serão vozes não-afinadas como o “coro dos contentes” do Legislativo municipal. Por diversos motivos: as idéias programáticas do PSOL e a possibilidade da Câmara Municipal ser um palanque para Heloísa Helena, que está nos planos nacionais e locais do partido. Afinal, é a maior estrela do PSOL.

Com Dudu Holanda, vai a Mesa Diretora um grupo hibrido que desafiará a capacidade de articulação do prefeito Cícero Almeida, o maior derrotado diante do novo presidente.

Silvânia Barbosa e Paulo Corintho não são nomes de fácil digestão para o chefe do Executivo municipal. Por ironia, ainda há a presença do PSC no “grupo dos treze”. Lembram do PSC? É o partido de Jorge VI, um dos maiores rivais de Almeida no período pré-eleitoral de 2008. Muitas das denúncias contra o prefeito – que rondam no inconsciente popular – partiram dele.

A derrota do prefeito de Maceió se tornou ainda mais sonora pela ausência de alguns vereadores durante a votação. Eles optaram pelo silêncio. Por fim, Dudu Holanda, que nasceu como candidato de Almeida e autorizado por ele; que revelou sua candidatura, iniciando as articulações, agradeceu até ao deputado estadual Marcos Barbosa (PPS) por sua vitória. Quem é Marcos Barbosa? Ora, o parlamentar que se o Almeida pudesse o proibia, inclusive, de passar na porta da Prefeitura Municipal de Maceió.

Só não soa bem – diga-se de passagem – é que na Mesa Diretora eleita esteja alguém que foi acusado pela Polícia Federal de compra de votos e pode inclusive perder o mandato por isto. Por falar em perder o mandato, Nery Almeida (PV) – por mais que tenha sido a Crônica Anunciada – deve ter se surpreendido ao ser impedido de assumir.

A posse dos vereadores e dos prefeitos foi tensa e regada de grandes emoções, uma novela que se desenrolou nos últimos dias, mas que ainda não viu seu capítulo final. Infelizmente para alguns, felizmente para poucos, o povo tenha sido só um telespectador de um enredo com páginas arrancadas antes de virem à luz.

No primeiro embate do ano deu Dudu Holanda, que soube aglutinar e na reta final reuniu seu grupo em um local fechado, para evitar traições. Nos bastidores, se comentou ainda que o que ocorreu com Nery Almeida também soou como uma derrota para o prefeito de Maceió, que colocou tanta fé naquele que seria um futuro vereador jovem e atuante em prol do município, mas se envolveu – precocemente – em denúncias graves. Ainda é muito cedo para falar que tudo isso gere reflexos e alcance dimensões maiores que as contidas nos próprios fatos. Mas, são inegáveis as ranhuras.

Próximo passo, como havia dito na postagem anterior é a consolidação das bancadas: governista, oposição e a modalidade confortável dos que se dizem “independentes”. Se a Câmara Municipal terá papel na luta por 2010? Sim. O novo presidente, por exemplo, sabe bem disto.

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