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Luis Vilar

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Do Senado e do Legislativo em geral!

Em meio ao furacão em Brasília, inclusive com repórter de televisão sendo agredido por seguranças do presidente do Senado Federal, José Sarney, uma tentativa de declaração “conciliadora” sai da boca do ex-presidente do Senado e homem forte do PMDB, o alagoano Renan Calheiros. Em entrevista ao site G1, Calheiros teria dito que Sarney “está bem” e “não se encontra magoado”.

Mas com quem Sarney não estaria magoado? Com a oposição, que segundo o presidente Luis Inácio Lula da Silva tenta “levar a presidência do Senado Federal à força e no tapetão”? Ou será que Sarney não está magoado com os senadores do PT que foram a sua procura para expor as angústias do partido que sofre por ter se amalgamado aos dinossauros da política transformando Brasília em um parque jurássico? Ou será ainda que José Sarney não está magoado com o que a população brasileira tem expressado ao seu respeito?

O presidente é recluso e não responde as indagações de jornalistas, que fizeram plantão – como se pode observar nos noticiários – tanto na residência de Sarney, quanto no Senado Federal. A crise que hoje afeta Sarney tem similaridades com a que atingiu Renan Calheiros, quando este ocupava o mesmo posto. A forma como ambos se apegam a cadeira também. Aliás, Renan e Sarney estão tão “amalgamados” na atual presidência…

Mas, os atos secretos, bem como as demais questões pontuais desta crise denunciam um Senado Federal que coloca em risco a democracia pelo comportamento dos próprios senadores, que enfraquecem a Casa Legislativa e jogam dúvidas quanto à credibilidade do parlamento. A crise é geral e afeta aos políticos de uma forma geral, deixando a população sem esperanças que o próprio Legislativo consiga – por si só – resolver o problema. Cai todo mundo na vala comum, infelizmente. O mar de lama e os porcos compõem uma paisagem que indigna o cidadão comum, que paga os seus impostos, e opta pela honestidade, enquanto o dinheiro público escorre por esquemas que vão de passagens áreas a atos secretos, do tráfico de influências a esquemas que o próprio Palácio do Planalto acoberta…

E a situação não é apenas no Senado Federal. Na pequena ilha chamada Alagoas se vê políticos que parecem estar no corner oposto aos interesses de uma sociedade. A Assembleia Legislativa só se afunda ainda mais em uma crise que parece não ver fim. A Câmara Municipal de Maceió – como se vê nos noticiários – demonstra uma fragilidade, discussões de baixo-nível, com xingamentos inapropriados a conduta de vereador, além de brigas por interesses nunca tão bem explicados. Pelo interior do Estado, a velha política é bem conhecida tanto da Polícia Federal quanto da população mais atenta.

O cenário político no Brasil não é dos melhores. As questões pontuais denunciam uma falência ideológica, ética, de honestidade intelectual de nossos governantes que nos perguntamos o que está para além da genealogia do bem e o do mal que o maniqueísmo midiático nos apresenta. Pouco se faz, não há ressonância da sociedade nas casas legislativas, muito se rouba (pelo que se insinua nos jornais), menos ainda se explica a cada escândalo que se arrasta com a barriga até que apareça o próximo e o anterior acabe sendo esquecido. Como se não bastasse, na hora de votar, muitas vezes nos falta opções e a população acaba se afastando da política enquanto atividade nobre, deixando sobressair apenas a politicagem.

Mas do que nunca atividade política cobra dos bons cidadãos, preparados para o “bom combate” posições, em pensamentos, expressões, ou quem sabe até na linha de frente. Às vezes parecemos ser muito pequenos diante destes tubarões, mas somos nós que jogamos as sardinhas no mar para alimentá-los. Lembro-me do compositor Hebert Viana quando afirmava: “eu sou só um, mas não sou um deles”. Bom saber que ainda há quem grite isto, que firme posição e radicalize em atitudes que demonstram esperança e reforçam a crença na mudança que – indireta e diretamente – começa na hora de votar.

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