Em carta, CPT omite PT e critica palanques

A carta da 21ª Assembleia da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Alagoas, virou uma bússola dos movimentos sociais de luta pela terra, pelo menos em relação às eleições. A reunião foi 4 de março.
Antes crítica da gestão petista, a CPT, desta vez, evitou partidarizar a discussão, sem se referir, por exemplo, ao Incra, capitaneado em Alagoas pelo PT, ou sem citar os números da reforma agrária, sempre objeto de discórdia entre movimentos e os gestores.
Cita “Governos”, talvez generalizando os opostos PT/PSDB. E parece igualá-los em uma referência: dos palanques montados, que incluem as esquerdas, nenhum deles aponta para “mudanças estruturais”, pelo menos em relação a presença dos coronéis.
Único nome, na carta, é o do deputado federal Benedito de Lira (PP), em caso citado por este blog logo abaixo e em postagem na semana passada.
Oferece dados a respeito do agronegócio alagoano: diz a CPT que os trabalhadores detêm 11% das terras no Estado. Mesmo assim, produzem a maioria dos grãos de feijão (92%), arroz (97%), mandioca (88%), ovos (60%), leite (52%) e hortifruti (100%).
“Mesmo sendo grandes produtores, não contamos com o apoio dos Governos, que dificultam a aquisição dos créditos e não investem na infra-estrutura necessária para os assentamentos. É precária a situação das nossas estradas e isso impossibilita o escoamento da produção, atrapalha na educação das nossas crianças e no acesso aos postos de saúde que muitas vezes ficam a vários quilômetros de distância”, diz a carta.