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Entrevista para o blog: Alberto Saldanha

O que sobra, do ponto de vista política, da Operação Taturana, um ano depois? A tentativa de se construir uma cultura política. É que diz analisa o professor da Universidade Federal de Alagoas, Alberto Saldanha. Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense, Saldanha foi entrevistado para o blog e mostra que, além das investigações da Polícia Federal ou da aplicabilidade das leis, é preciso o apoio da sociedade. Isso para ajudar no processo de mudança, em Alagoas.
Confira a entrevista, dividida em três posts:

Que tipo de mudança significativa o alagoano sentiu em um ano depois do estouro da Operação Taturana?

AS- Os alagoanos puderam recuperar um pouco da esperança em um sociedade mais justa. As ações da Justiça Eleitoral,da Procuradoria Eleitoral, da Polícia Federal e da OAB mostraram que é possivel lutar por um processo eleitoral mais em sintonia com os princípios republicanos.
Mas, não nos enganemos, não basta a aplicação das leis e das punições àqueles que cometeram os vários crimes de formação de quadrilha, pistolagem e desvio de dinheiro público. É necessário um processo maior de mudança que tem que vir do seio da sociedade. É urgente construir uma nova cultura política.

E na Assembléia Legislativa, houve mudança no comportamento dos deputados?

AS- A Casa de Tavares Bastos continua a alimentar a maior crise de sua história. Apesar do afastamento dos deputados taturânicos, os suplentes que assumiram terminaram por demonstrar "a velha política" ao participarem do processo de reeleição antecipada da atual Mesa Diretora. Sob o pretexto de que era preciso impedir uma possível volta do ex-presidente da Casa, deputado Antônio Albuquerque, terminaram sujando suas biografias e aumentando o descrédito popular. Enquanto não se instituir a Comissão de Ética, dando início ao processo de cassação dos deputado envolvidos na Operação Taturana, a Assembléia continuará sob suspeita.

A esquerda também sentiu bastante. Por exemplo: o caso do deputado Paulo Fernando dos Santos, indiciado pela Polícia Federal. É possível avaliar o “estrago” com a esquerda? Ou se ela vai conseguir uma reparação?

AS- A implosão do MSCC, após o indiciamento do deputado Paulão, demonstrou o quanto que a esquerda ficou sem rumo. Isso se refletiu na campanha eleitoral para prefeito de Maceió, quando o assunto sobre os indiciados na Taturana só foi aparecer na reta final. Até mesmo, a sempre combativa ex-senadora Heloisa Helena não tratou do assunto em sua campanha.
Mais recentemente, num nota tragicômica, a Executiva Estadual do PT tentou explicar o porquê de não pedir a cassação dos deputados taturânicos alegando que "a composição das forças políticas da Assembléia Legislativa, no momento, não favorecia o aprofundamento de investigações". É de se perguntar: o partido vai esperar pelas eleições de 2010 para quem sabe surgir uma nova composição de forças políticas na Assembléia?

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