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Montenegro deixa hoje cargo em Brasília

Coordenador-Geral de Combate à Tortura, o advogado alagoano Pedro Montenegro está oficialmente fora do cargo a partir de hoje. Ele assume a Secretário Municipal de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania da Prefeitura Municipal de Maceió.
Montenegro, com largo currículo na luta pelos direitos humanos- referência no combate à tortura nos presídios do País- tem pela frente a promessa de diminuir o extermínio de jovens e atacar os índices de violência em Maceió, os mais altos do Brasil, segundo o Ministério da Justiça e Unicef.
O blog reproduz a carta-renúncia do advogado:

“É melhor tentar e falhar, que se preocupar e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão que se sentar, fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver.” Martin Luther King.

Prezados (as) Companheiros (as),

Com a publicação da minha exoneração, na data de hoje, no Diário Oficial da União, completo um importante ciclo na minha vida.
Ao largo de mais de seis anos, servi com muito orgulho e paixão militante ao Governo do Presidente Lula, na Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Primeiro, na chefia da Ouvidoria-Geral da Cidadania, depois acumulando a Ouvidoria com o Combate à Tortura e, por fim, na Coordenação-Geral de Combate à Tortura.
Nos próximos dias, ao ser empossado como Secretário Municipal de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania da Prefeitura Municipal de Maceió, estarei iniciando um novo ciclo.
Trata-se de um enorme desafio, reputo um dos maiores que já enfrentei ao longo da minha militância pela causa da dignidade humana. Maceió é hoje, entre as capitais, a número 1 em homicídios contra adolescentes e jovens.
Segundo dados oficiais da Secretaria de Defesa Social do Estado de Alagoas, cujo sistema de coleta ainda é reconhecidamente deficiente, Maceió registrou, apenas de janeiro a outubro de 2008, 845 homicídios, o que, considerando-se a população estimada em 924.143 habitantes, projeta uma taxa de 93,21 assassinatos por 100 mil habitantes.
Sejam essas minhas palavras não uma despedida, pois, aprendi com o filósofo Heráclito que: “para os seres despertos, o mundo é uma só casa.” Quero isto sim, fazer um reconhecimento profundo, sincero e amoroso do imenso privilégio que tive com os ensinamentos, a crítica, a paciência, o apoio e a solidariedade de todos.
Seria impossível nomear todas as pessoas, instituições e/ou entidades nacionais e internacionais cujas trajetórias cruzaram nossa caminhada em algum momento, contribuindo com nosso trabalho e, sobretudo, repartindo utopias e esperanças.
Por uma questão de absoluta justiça, faço questão de registrar a honra e a grande responsabilidade de coordenar a área de combate à tortura em períodos que a SEDH/PR foi chefiada por dois ex-presos políticos, dois torturados por combaterem pela causa da liberdade, os Ministros Nilmário Miranda e Paulo Vannuchi, aos quais expresso aqui minha gratidão inexaurível e afeto perene, esforcei-me muito para estar à altura da confiança a mim tributada.
Ao Dr. Perly Cipriano, meu comandante imediato, pela camaradagem, entusiasmo constante e generosidade, teu exemplo seguirá inspirando-me onde eu estiver.
Aos colegas e amigos da SEDH/PR com quem compartilhei “a dor e a delícia” de coordenar as políticas nacionais de Direitos Humanos, reafirmo minha disponibilidade em seguir contribuindo com suas labutas diárias.
Aos membros dos Comitês Nacional e Estaduais para a Prevenção e o Combate à Tortura, meu agradecimento indelével pelo carinho, confiança e pela crítica estimuladora. Recebam as minhas escusas por não conseguir concluir o processo de implementação do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, creio que a firme determinação que nunca faltou do Ministro Vannuchi, com o apoio de vocês e os esforços e o talento de quem irá me suceder, esse processo será em breve concluído com a remessa do PL ao Congresso Nacional.
Por derradeiro, meu louvor de sincera e emocionada gratidão pela dedicação, tolerância e zelo a todos os que trabalharam diretamente comigo: as secretárias Nilza, Mirian, Ana e Luiza, ao pessoal do apoio Gilmar Milanez, Valdiney, Jonas, Tânia, Fábio e Bruno, aos assessores Márcia Canário, Silvia, Galdino, Fabrício, Carlos Prates, Ana Paula, Adriana Reis e Patricia Lessa.

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