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O futuro de uma aluna nas mãos de uma escola

LMN é aluna da Escola Estadual Rodriguez Melo. Origem: família humilde, a genética do pobre, desprezado e despossuído de tudo. A aluna tinha tudo para ser mais uma "derrotada", na linha da minoria dos vencedores. Porém, o caso dela parou a escola pública, localizada no Vergel do Lago, área disputada por traficantes, alguns até ex-alunos da escola.

O Conselho Escolar analisa sua situação, vista como "especialíssima". Ela sabe escrever, e muito bem. Suas redações chamam a atenção, mas ela não se adapta às regras da escola. Taxada como um "mau exemplo" por alguns professores e uma parte da direção, ela não frequenta a sala de aula, deve disciplinas, mas sua inteligência foi reconhecida pelo Cefet: ela passou nas provas daquela instituição, mesmo carregando o estigma da aluna "que não gosta de estudar". E agora? O que fazer?

Problema é que alguns professores da escola já avisaram: LMN, por não se adaptar aos "padrões", será "punida": não vai receber notas para entrar na instituição federal, uma das mais disputadas de Alagoas, com alunos vindos até de fora do Estado e uma chance quase única para os mais pobres ou aqueles sem muitas chances no concorridíssimo mundo globalizado.

Ouvida pelo blog, a diretora da escola, Lúcia de Fátima, fez questão de enfatizar que a aluna deve disciplinas e não frequenta aulas. "Mas, não passou no Cefet?". Resposta: "É, pois é, né, não sei como, ela tem que entender isso".

LMN vai entender, aceitar e respeitar as regras. Afinal, faltam poucos dias para o conselho decidir sobre o seu caso. Pelas regras da escola, o ano letivo só termina em março, em decorrência das greves dos professores, insatisfações com os governos, destruição do patrimônio público etc.

As regras não foram criadas por LMN. Isso acontece porque os governadores não seguem as regras, são também responsáveis pelo comprometimento do ano letivo, mas continuam governadores. Um superintendente de ensino, de um tal lugar, é acusado de desviar recursos públicos, mas é o superintendente e permanece no cargo. É o braço direito da secretária de Educação, Márcia Valéria.

Como LMN é LMN, em alguns dias, perderá sua vaga no Cefet. Afinal, uma das instituições federais mais respeitadas do Brasil não pode esperar mais.
E como regras são regras e devem ser respeitadas, a aluna, quase ex-Cefet, cumpre sua sina de pobre. Com o tempo, venderá, no Vergel, pipoca, pirulito, doces ou acontecerá algo pior. Com o perdão do leitor, sem entrar em detalhes.

Seu fracasso ou sucesso como adulta terá, como simples contribuição, uma pequena escolha de alguns professores e parte da direção da escola estadual Rodriguez Melo.

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