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Luis Vilar

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O Grande PP e os olhos claros

Os “olhos claros” da política alagoana começaram a ser indigestos para os “caboclos” do PP. A afirmação é do próprio deputado federal e presidente estadual do Partido Progressista, Benedito de Lira. O parlamentar, que é pré-candidato ao Senado Federal e diz que sua candidatura é irreversível, não cita nomes, mas deixa claro que o chapão só está servindo para atender aos interesses de uma única candidatura, que se sobrepõem as outras.

É o que muitos jornais já falavam. É o que já foi dito neste blog. É o que começa a ser o motivo da corrosão da chapa de oposição, que nunca teve fundações tão sólida, quiçá o projeto tão anunciado pelo bem de Alagoas. O chapão – que parecia se firmar mais por fotos em jornais, que por fatos – talvez até nunca tenha existido. “Nem chapão, nem chapinha”, diz Benedito de Lira.

O deputado federal que há um mês declarou que “a frente de oposição representa a união de quem quer construir um projeto para este Estado, que padece da ausência de projeto que pense no futuro” é o mesmo que agora se diz “equidistante” das forças que disputam espaços no cenário eleitoral. O mesmo Benedito de Lira usa metáforas: “na política, é como olhar para o céu. Em alguns momentos as nuvens estão todas juntas. Daqui a pouco, estão separadas”.

A mesma metáfora há alguns anos foi utilizada pelo senador Renan Calheiros (PMDB), que tem olhos claros. Mas, Benedito de Lira diz que não fala de Renan ao citar os sedutores olhos do chapão. “Eu nunca olhei os olhos dele”, diz o deputado federal. Nesta matemática eleitoreira, o mais bobinho belisca azulejo e levanta com vigor o cajado de profeta. Porém, mais estranho do que ver o PMDB em uma oposição – seja ela qual for e seja o representante do PMDB qual for também – é acreditar que os interesses individuais possam ser superados.

Em Brasília, após a decisão de Almeida, já há um grupo que costura a candidatura de Ronaldo Lessa com os partidos da frente de oposição já anunciada. Agora, porém, de forma mais fragilizada. Perguntei a um dos membros destas negociações – via twitter: o PP vai? “Esperamos ainda o PP e o PV”, disse. Equidistante, é natural que o PP queira agora estender a outra mão para quem sempre esteve longe e tão perto. Nas palavras de Cícero Almeida, ainda não houve conversas com palacianos, mas o prefeito admite que já levou uma “cantadinha” tucana, sem olhos claros, mas com direito a piscadela e discurso manso…

O que os pepistas querem? Bem, serem tratados como “grandes” e não como sigla de aluguel. O que isto representa? Ficar como vice-governador em algum dos lados?

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