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Crônicas e Agudas por Walmar Brêda

Walmar Coelho Breda Junior é formado em odontologia pela Ufal, mas também é um observador atento do cotidiano. Em 2015 lançou o livro "Crônicas e Agudas" onde pôde registrar suas impressões sobre o mundo sob um olhar bem-humorado, sagaz e original. No blog do mesmo nome é possível conferir sua verve de escritor e sua visão interessante sobre o cotidiano.

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

O plano perfeito

O plano perfeito

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Sempre gostei de filmes de roubos espetaculares, onde a maior parte do roteiro dedica-se ao planejamento, seleção da equipe da quadrilha e treinamento, para em seguida acontecer sua aguardada execução.
Vibro com sacadas espetaculares e ideias geniais para executar o roubo perfeito, seja de um banco, museu ou mesmo uma mansão altamente protegida.
Somos apresentados pelo líder da quadrilha —geralmente um gênio do mal— aos demais membros da equipe —cada um com sua habilidade e personalidade.  Não preciso nem lembrar que, quanto mais mirabolante o plano for, mais interessante torna-se filme, ao ponto de, muitas vezes, até torcermos para os bandidos  se darem bem.
Porém, confesso que é muito menos assustador ver esse planejamento, seleção da equipe e treinamento nos filmes,  que nos noticiários, como acontece nesse momento.  É inquietante saber a data e hora de sua execução e quase nada poder fazer.
Assistir os ladrões esfregando as mãozinhas suadas com um sorriso maroto no canto da boca, cada um com sua habilidade e personalidade, é de tirar o sono de qualquer um.
Assim como nos filmes, tem o escalador de paredes, o especialista em tecnologia, o fortão bom de briga, o que é perverso até a medula, o doido descontrolado e o exímio atirador —todos sob a tutela do chefão carismático e ardiloso  que planejou  tudo em detalhes enquanto esteve na prisão.
O mais curioso sobre o que vemos nesse momento, é que, dentre os membros da quadrilha,  está todo o sistema que poderia impedi-los,  prendê-los e julgá-los, tornando, este  sim, um crime perfeito.
 Nem os melhores roteiristas hollywoodianos imaginaram algo assim.
Se filmes sobre roubos espetaculares  constituem um gênero à parte, quando quebram a quarta parede e invadem o mundo real, sobretudo o nosso país, passa a fazer parte do rol assustador dos tenebrosos filmes de terror.

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