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Luis Vilar

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Para se eleger um altruísta

Nossos nobres deputados estaduais se preparam para uma empreitada altruística em 2010, como revelam os números financeiros das campanhas que já são trabalhadas no interior. Bom, “empreitada altruística” é o que eles querem que acreditemos. Claro que na prática – como mostrou a Operação Taturana e outros escândalos e acordos políticos – não é bem assim.

Calcula-se que para ter uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas (conforme informações de quem anda antenado nas campanhas) se gaste R$ 3 milhões, com exceção do “disponível” para firmar acordos com vereadores no interior do Estado de Alagoas e o pulso firme (para alguns) dos que vão bater de frente com aqueles que não podem – sob hipótese alguma – perder o mandato.

Para alguns parlamentares, perder o mandato é encarar a Justiça como um cidadão comum. Isto faz tremer nas bases diante de processos que englobam até crimes contra a vida, como os homicídios e suposto envolvimento com grupos de extermínio. Como R$ 3 milhões é muito dinheiro; fica a pergunta: quem financia as campanhas? Vale lembrar que o princípio do lobismo nasce de setores que se locupletam com o público abrindo portas com “financiamento de campanhas”. É o famoso “patrocinador”.

Sem contar que alguns financiam suas campanhas de dentro da própria Casa Tavares Bastos.

O setor do transporte público em Maceió – por exemplo – possui uma ligação um tanto estreita com os edis desta cidade. Mas, estamos a falar de deputados estaduais, que partem com disposição para reconquistar seus mandatos. O bolso – como se vê – tem que estar preparado. Isto mostra que o retorno da atividade parlamentar pode não estar nos salários.

Imaginem que um deputado estadual ganhe R$ 10 mil/mês (na verdade, eles ganham menos, arredondaremos o número para mais para ficar mais claro). No ano, serão R$ 120 mil. Com o décimo terceiro salário dá R$ 130 mil/ano. São quatro anos de mandato: R$ 520 mil, ao final da legislatura. Ou seja, para quem gasta tanto para se eleger, o salário não é tão atrativo assim, nem representa vantagem.

Como os cálculos foram feitos com um valor arredondado, vale lembrar: no real, um deputado ganha por mês R$ 9,6 mil (bruto);

Mas, sem pré-julgamentos, vamos ainda encarar que os candidatos a deputados estaduais sejam pessoas honestas e probas. Assim, estariam impedidos de usar verbas de gabinetes ou outros recursos para fins próprios. Seriam obrigados a sobreviver apenas de seus vencimentos e se dedicar a “fazer o bem”. Neste sentido, os que abusam do poder econômico (e vão de fato gastar R$ 3 milhões ou mais), ou são altruístas em demasia (chegando a um extremo que talvez causasse inveja aos que fazem voto de pobreza), ou então, estão muito bem citados e indiciado em inquéritos como o da Operação Taturana.

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