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Luis Vilar

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Peripécias de Beatriz…

O blog – vez por outra – tem sido um espaço de descontração onde costumava colocar alguns diálogos com minha filha Beatriz, hoje com quatro anos de idade. Sempre pedi licença ao leitor, porque acredita ser muito mais uma realização pessoal. Mas, para meu espanto as “peripécias” de Beatriz começaram a serem cobradas pelos locais por onde passo. Muitas pessoas se familiarizaram com a pequena sem sequer conhecê-la.

Até em Assembleia Geral de sindicalistas, alguns companheiros de imprensa me cobravam fatos novos sobre a menina de quatro anos de idade e algumas de suas sacadas. Pois bem, atendendo a alguns pedidos, peço novamente licença a alguns leitores para narrar alguns pequenos fatos com Beatriz.

Beatriz e a pipoca da mamãe

Precisei ir ao shopping pagar algumas contas e perguntei se Beatriz queria ir comigo. Minha intenção era fazê-la sair de casa para deixar a minha esposa descansar, já que ela estava adoentada. Beatriz não pensou duas vezes. “Quero ir sim”, respondeu…

Ao entrar no carro fez sua primeira pergunta:

– Pai, a gente vai ao shopping para você comprar um presente para mim?

– Não minha filha. Vou pagar umas contas e você aproveita e dar um passeio.

– Mas pai, se eu escolher um brinquedo e levar para o caixa, você também não terá que pagar uma conta? Então, é pagar conta do mesmo jeito!

– Ai, ai, ai, Beatriz! Não dá para comprar brinquedo toda hora!

– Tá bom, eu já sei. Você vai dizer: “minha filha, o papai está sem dinheiro”. Você vive trabalhando para ganhar dinheiro e sempre diz que está sem! Complementa Beatriz indignada.

Eu aproveitei para ficar em silêncio. Admitindo que ali tem uma certa verdade. Afinal, trabalhamos demais e o dinheiro teima em acabar antes do fim do mês. Mas segue a viagem ao shopping. Antes de sairmos de casa, minha esposa deu recomendações expressa para trazermos um pacote de pipoca para ela. Mas, eu – diante de inúmeras contas a serem pagas – acabei esquecendo. Aí reside o segundo diálogo, já no caminho de volta:

– Beatriz, esquecemos a pipoca da sua mãe, olha!

– Pai, esquecemos não! Você esqueceu. Eu mesmo não me esqueci, então o problema não é meu. Eu vou dizer à mãe que foi você que esqueceu. Resolva com ela!

– Mas minha filha (disse sem deixar que ela me visse rindo), se você estava lembrada que era para compra a pipoca porque não me lembrou antes de sairmos do shopping.

– Primeiro, a mãe pediu a você. Segundo, eu só me esqueci de lembrar a você e não de comprar…

A primeira coisa que Beatriz fez ao chegar a casa foi dizer a mãe da minha falha de memória em tom de recriminação.

Beatriz e as regras

A pequena Beatriz tem trabalhado em um “manual de regras para adultos”. Segundo ela, é uma forma do pai e da mãe compreenderam o que são as necessidades de uma criança. Conversei com ela sobre isso, depois que minha esposa me chamou a atenção para o fato. Sentei com ela em sua pequena cama e perguntei o que seriam estas regras que ela estava criando para que eu e a mãe dela respeitássemos.

– Pai, é simples. Você quer que eu me comporte bem e eu quero que vocês saiba o que é ser uma criança e do que elas (as crianças gostam) então existem regras. A número 1, a número 2, a número 3, a número 4 e outras que vou inventar. Já disse algumas a mãe.

– Então me explique quais são elas?

– Ah, pergunte a sua esposa que ela sabe. Já conversamos sobre isto!

– Mas eu queria saber diretamente de você que é a criança da casa!

– Aí meu Deus, os pais são sempre tão complicados. Olhe só, regra
número 1: as crianças usam mais a televisão que os adultos, então primeiro os desenhos, pois crianças não gostam de filmes de adultos e novelas. Regra número 2: crianças brincam até ficar cansadas e dormem por si só…e por aí foram as listas de regras…

– Ok, Beatriz! Disse ao levantar-me da cama e me encaminhar para sala.
Beatriz também levantou, me seguiu e fez uma ressalva:

– Pai, não é uma regra, mas você precisa molhar menos o banheiro ao sair do banho e bagunçar menos o quarto!

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