Presidente do TJ se reúne com desembargadores

Depois de adiada na semana passada e depois da repercussão da matéria do EXTRA, sobre vencimentos pagos a juizes e desembargadores, a presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Elisabeth Carvalho do Nascimento, convocou para esta quarta-feira uma reunião com todos os desembargadores, a portas fechadas.
Entre as propostas, está a de uma coletiva com a imprensa, para deixar- de vez- transparentes as ações do Judiciário sobre o dinheiro pago a integrantes da magistratura. E assumir, em publico, possíveis erros. Elisabeth ouve sugestão dos desembargadores. Internamente, não emitiu um juizo sobre o assunto.
Isso é resultado também da pressão da "banda limpa" do Judiciário alagoano. Eles temem que o silêncio do TJ referende o "nivelamento por baixo", ou seja, os bandidos serem comparados aos magistrados. O presidente da Associação dos Magistrados de Alagoas (Almagis), Maurílio Ferraz, é instado a agir da mesma forma, ou seja, chamar a imprensa para falar.
Internamente, a "banda limpa" está indignada porque responde por condutas de administradores do tribunal. Ou seja, eles não são responsáveis pelos aumentos nos vencimentos -legais ou não- dados a eles.
Opinião do blog: não é difícil perceber que os magistrados não são mesmos diretamente responsáveis por isso. Na prática, ninguém aumenta o próprio salário, salvo por ordem da caneta do gestor do dinheiro: neste caso, o presidente do tribunal e sua equipe de assessores.
Mas, entre eles, os juizes e desembargadores, aceita-se também o argumento de que há vencimentos oferecidos de forma ilegal. E acabaram tornando-se imorais. E alguns deles- desembargadores- receberam a mais do que deveriam. Para isso, teriam de estar ou ligados à direção do tribunal ou serem, eles mesmos, os donos da caneta. Esse é o consenso.