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Luis Vilar

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Quanto a notícia do novo salário de Almeida

O prefeito Cícero Almeida (PP) não citou nenhum jornalista nominalmente, mas como fui um dos que divulguei o aumento de salário de 80%, gostaria de esclarecer alguns pontos colocados pelo prefeito de Maceió, que não pode atacar jornalistas sem citar nomes, para não correr o risco de jogar todos em uma vala comum. Quanto a mim, destaco que em momento algum a matéria tem a função de atacar a pessoa do prefeito.

É de ciência – inclusive do próprio Almeida, que é homem da comunicação – que um aumento de 80%, seja ele concedido a qualquer categoria de trabalhadores, é notícia por si só, por ser coisa rara. Ainda mais em um país onde o salário mínimo, recebido por quem de fato faz girar a economia e a sociedade – é R$ 465 e muitos servidores públicos lutam por melhores condições de trabalho e reajuste salarial.

O prefeito Cícero Almeida, que deve acompanhar jornais nacionais, sabe que toda vez que senadores e deputados federais possuem seus vencimentos “engordados” de forma desproporcional ao restante da nação eles viram notícia e não “alvo”. Quem utiliza “alvo” não é jornalista. Não possuímos armas, mas sim canetas, com as quais – a grande maioria pelo menos – defende veementemente a democracia e o sonho de um mundo mais justo e melhor.

Reconheço – e aí falo em primeira pessoa – os avanços da Prefeitura Municipal de Maceió e admiro até a forma como um homem simples e do povo construiu uma carreira política meteórica, por méritos próprios, apesar de algumas polêmicas. Mas, vamos aos pontos colocados por Cícero Almeida na rádio.

Primeiro: Almeida disse que o fato foi divulgado apenas de forma anônima. O prefeito não deve ter lido minha matéria no Alagoas 24 Horas. Ela está assinada, como são os textos que produzo. A responsabilidade das informações ali contidas são minhas, no caso da matéria veiculada neste site.

Segundo: Almeida acusa a imprensa de não ter ouvido o outro lado. Isto não cabe nem a mim, nem ao veículo que trabalho. Eu liguei pessoalmente – na manhã do sábado – para o secretário de Comunicação, Marcelo Firmino, que me atendeu de forma simpática e dando todas as explicações que estão contidas na matéria e que foram reafirmadas por Almeida. Agradeço a Firmino, que estava em um momento de lazer quando atendeu ao telefone, mas mesmo assim fez questão de falar. Firmino havia sido ouvido inclusive citado por um portal nacional, que primeiro divulgou o fato.

Terceiro: Almeida diz que o fato foi veiculado por “jornais de ponta-de-rua”. Sinceramente, não vejo o veículo dominante deste Estado como único. Até mesmo porque, o comprometimento político deste não me permite visualizar assim. Mas, a acusação do prefeito não cabe ao Alagoas 24 Horas, que possui mais de 30 mil acessos diários.

Quarto: Almeida diz que a notícia foi veiculada por jornalistas que foram expulsos dos grandes meios. Quanto a mim, nunca foi expulso de canto nenhum, até mesmo porque nunca estive neles. Direcionei minha carreira para o webjornalismo e assessoria de comunicação empresarial por amar os dois segmentos. Se Almeida deseja se referir a alguém específico que o cite nominalmente, para não atingir quem nada tem com a história.

Quinto: Almeida desfere ataques contra um blogueiro que não cita o nome. Espero que eu não esteja nesta lista, pois nunca fiz perseguição a ninguém, nem desejo isto para mim. Jornalistas sujos que recebem dinheiro para bater em alguém, atacar por meio de palavras são reprováveis e nisto eu concordo com Cícero Almeida e os combati em minha profissão, para que espaços sejam ocupados pelos honestos e responsáveis.

Sexto: Almeida diz que poderá doar parte de seu salário a instituições de caridade. Não é a filantropia política (ou assistencialismo) que resolve os problemas sociais, ou esclarece fatos sobre os quais pairam dúvidas de como aconteceram. O que de fato promove justiça social são as correções de disparidades, como a existente entre um salário de R$ 20 mil e o mínimo de R$ 465.

Sétimo e último: Almeida diz que vai apanhar até 2010 e que não é candidato ao governo. Sair ou não para o Governo do Estado é uma decisão que cabe a Almeida, seus correligionários e até mesmo a um ensejo popular se este houver. Enquanto jornalista não me engajo em movimento para defender ou apoiar candidaturas políticas, me reservo à divulgação dos fatos, que é minha tarefa árdua e diária, pelo qual diga-se de passagem sempre pesa – como com a maioria dos brasileiros – a luta por uma remuneração mais justa.

Se o prefeito diz que não queria o aumento e que este foi promulgado pela Câmara de Vereadores, que a versão assim seja publicada como foi. Porém, isto não nega o fato de que o prefeito de Maceió – e não apenas Almeida, mas qualquer um que venha a sentar naquela cadeira – é um privilegiado dentro de uma realidade de 400 mil pessoas na linha da pobreza. Isto é um fato, queira ou não algumas pessoas.

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