Renan, Benedito de Lira e os seus dois palanques

Enquanto o prefeito Cícero Almeida negava sua candidatura ao Governo do Estado, ladeado pelo deputado Benedito de Lira, o senador Renan Calheiros, o outro braço do chapão, repetia, na Associação dos Municípios, que era oposição ao governador Teotonio Vilela Filho.
É oposição, mas sem atacar o tucano. Afinal, tem o vice-governador, José Wanderley Neto, do PMDB, no Governo. Renan deve esperar o mês de abril, quando Wanderley deve se candidatar a deputado federal. Daí em diante, virão as críticas.
Ou não. O que lhe sobraria a opção de dois palanques. Afinal, apoiará Dilma Rousseff, nome de Lula na eleição. E pode fechar questão com Téo Vilela, sem provocar ninguém.
E Vilela não tem candidatos ao Senado. Dizem que o deputado Carimbão disputará uma das vagas. Travessuras do nosso beato.
Uma chapa para o chapão
Nada é tão complicado no chapão. Renan pode ter dois palanques. Benedito de Lira também.
Na entrevista coletiva de hoje, Cícero Almeida repetia não ser candidato. Apoiará o ex-governador, Ronaldo Lessa.
Como sempre diz, a decisão no PP não depende dele. E sim de Benedito de Lira, que não se referiu em apoio a Lessa.
Os 50 anos de política ensinaram Biu a perceber as circunstâncias. Elas tecem o destino.
Benedito de Lira trabalha para ser vice de Lessa. Ou Téo Vilela, do outro lado do chapão. Ao Senado, perderá legenda, porque a prioridade do Governo Lula é eleger Renan Calheiros. O PP tem o Ministério das Cidades.
Benedito de Lira, portanto, não é candidato ao Senado.
Na Associação dos Municípios, hoje, quem tinha mais cabelos brancos que os de Biu sabia da multifacetada personalidade do deputado federal, com prioridade de eleger o filho, Arthur Lira, a Câmara Federal, mesmo sob risco de quebra de acordos com outros candidatos a federal do PP.
Ficará Lessa com um único palanque, o dele, se quiser o tal do sacrifício pelos caciques. Alguém acredita nisso?