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Bispo Filho

Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Brasil, um país refém do medo e da violência

Para chegar a esta constatação não é necessário muito esforço.

Basta acompanhar os casos que a mídia expõe diariamente.

Às vezes, a nossa própria experiência nos encarrega de lembrar disso – afinal, quem já não foi vítima ou conhece alguém que sofreu algum tipo de violência?

Mesmo sabendo que vivemos em um país extremamente violento, um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) ajuda a dar uma dimensão mais precisa sobre o problema.

Veja a seguir algumas informações extraídas do Atlas da Violência que não deixam dúvidas sobre a ameaça da violência em nossa sociedade.

1. O Brasil é o país com o maior número de assassinatos no mundo

Em 2017, o Brasil registrou mais de 62.000 homicídios. Para entender a enormidade desse número, isso significa que 13% dos assassinatos do mundo aconteceram aqui em solo nacional. A taxa é a maior já registrada no Brasil e colocou o país como recordista mundial em número absoluto de homicídios.
Em termos relativos, são 29,1 mortes para cada 100 mil habitantes, uma das maiores do mundo também. O índice é quase três vezes maior que a taxa considerada epidêmica – aquelas acima de 10.

2. A violência está migrando das capitais para o interior

Engana-se quem acha que a violência é um fenômeno que atinge principalmente as grandes metrópoles. Nos últimos anos, as taxas de homicídio estão crescendo com maior velocidade nas cidades do interior do país. As microrregiões de Senhor do Bonfim, Serrinha e Santo Antônio de Jesus – todas na Bahia – apresentaram um aumento de mais de 800% no número de assassinatos entre 2007 e 2017.
Segundo o Atlas da Violência, o número de homicídios tem avançado especialmente no Nordeste. Os seis estados que apresentaram 100% de aumento na taxa de homicídio entre 2007 e 2017 são da região – Ceará, Sergipe, Paraíba, Bahia, Maranhão e Rio Grande do Norte, este último com um aumento de 308,1%.

3. Homem, jovem, negro e pouco escolarizado: este é o perfil da vítima de homicídio

O pico de homicídios para os homens ocorre aos 21 anos. Com esta idade, pretos e pardos possuem 147% mais chances de serem assassinados em relação a indivíduos brancos, amarelos e indígenas. Além disso, enquanto a taxa de homicídio de negros entre 2007 e 2017 aumentou 18,2%, o mesmo indicador para não negros diminuiu 14,6%.
O fator escolaridade também interfere nas taxas de homicídio. As chances de uma pessoa com até sete anos de estudo sofrer homicídio são 15,9 vezes maiores do que as de quem cursou o ensino superior.

4. De cada quatro assassinatos no Brasil, três são causados por armas de fogo

A difusão das armas de fogo influencia diretamente no número de homicídios no país. Em 2017 cerca de 44.861   pessoas foram assassinadas em decorrência do uso de armas de fogo. Este número representa 76,1% do total de homicídios ocorrido no Brasil. Para efeito de comparação, na Europa esta taxa é de 21% em média.
Mesmo com o Estatuto do Desarmamento, que tem como objetivo impor restrições à posse de armas de fogo, nota-se que os homicídios continuam em alta.

A solução para a questão da violência no Brasil envolve os mais diversos setores da sociedade, não só a segurança pública e um judiciário eficiente, mas também demanda com urgência, profundidade e extensão a melhoria do sistema educacional, saúde, habitacional, oportunidades de emprego, dentre outros fatores.

Requer principalmente uma grande mudança nas políticas públicas e uma participação maior da sociedade nas discussões e soluções desse problema de abrangência nacional.

Fica dica.

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