Justiça deverá decidir o futuro de 5 mil empregos da Usina Uruba na próxima quarta-feira

Renovação de contrato de arrendamento está emperrada e tem inviabilizado investimentos

Assessoria

Uma audiência na Justiça, prevista para o dia 25 de maio, deverá decidir o futuro de aproximadamente 5 mil empregos na Usina Uruba. A renovação do contrato de arrendamento entre a Cooperativa Agrícola do Vale do Satuba (Copervales) e a massa falida da Laginha Agro Industrial S.A., que pertencia ao Grupo João Lyra, está travada, o que pode inviabilizar investimentos e, consequentemente, o funcionamento da indústria.

A audiência será realizada pela comissão de juízes responsável pelo processo falimentar do grupo. Embora a Copervales tenha se mostrado viável e o arrendamento da Usina Uruba tenha garantido um investimento de cerca de R$ 46 milhões no parque industrial, não houve avanços significativos no processo de renovação do contrato. Para que a Usina Uruba siga produtiva, será necessário um novo investimento de aproximadamente R$ 30 milhões.

O atraso no processo de renovação do contrato de arrendamento deverá ter reflexo na próxima safra de cana-de-açúcar. É que, devido ao ciclo da cana-de-açúcar, faz-se necessário o plantio de novas mudas. Sem a garantia de continuidade, os produtores rurais cooperados temem não ter retorno do alto investimento necessário. Na safra 2021-2022, a Copervales bateu recorde de produção, ultrapassando 856 mil toneladas de cana moídas.

Quem vivenciou o fechamento da Usina Uruba, em 2013, teme que, devido à insegurança jurídica que tem permeado o processo de renovação de arrendamento, a situação se repita. É o caso do colaborador Marcos Lima, funcionário da indústria desde 2006. Com o fechamento da fábrica, em 2013, ele se viu desempregado e sem perspectivas de trabalho no município de Atalaia, região onde está localizada a usina hoje administrada pela Copervales.

“Fiquei um ano sem trabalhar. Quando anunciaram que um grupo de pessoas estava se reunindo para reativar a Usina foi como o sopro de esperança nas pessoas da cidade. Tenho uma mãe com 74 anos que depende de uma pensão de um salário mínimo. Orei para que Deus iluminasse as mentes de todos que estavam envolvidos no processo de reabertura e fiquei muito feliz porque deu tudo certo. Hoje a usina no formato cooperativa tem demonstrado que tem uma administração séria, eficiente e produtiva”, destaca Marcos Lima.

A colaboradora Andreza Gomes acrescenta que o fechamento de uma indústria como a Usina Uruba pode acarretar sérios problemas econômicos e sociais para os pequenos municípios da região. “Nunca ficamos felizes em ver o fechamento de uma empresa, independente de qual seja o porte dela. Não atinge apenas quem trabalha nela, como também toda a cidade e a região. Não é fácil para um pai de família ter que ir para fora do estado à procura de emprego”, conclui a colaboradora, destacando que espera que os entraves sejam solucionados em breve.

Fonte: Assessoria

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