Funcionários dos Correios decretam greve por tempo indeterminado

A distribuição dos objetos e correspondências dos Correios em Alagoas está paralisada por tempo indeterminado. Isso porque os servidores responsáveis pela parte operacional da empresa decretaram greve após uma assembleia geral da categoria na noite desta terça-feira, 18.

Em 16 estados os sindicatos dos servidores dos Correios também estão em estado de greve. A mobilização nacional ocorre desde o mês passado e a reivindicação da categoria se dá em relação à privatização do plano de saúde.

Em Alagoas, a mobilização atinge cerca de 90% dos servidores operacionais, a exemplo dos carteiros. De acordo com José Balbino, dirigente do sindicato da categoria, essa mobilização está sendo maior que a campanha salarial. “Nas mobilizações passada nunca conseguimos atingir mais que 80%, essa temos um número maior que 90%”, destacou.

Essa mobilização não agrada a todos, principalmente os usuários que esperam encomendas importantes. A acadêmica Charllote Verne espera cerca de dez livros adquiridos em livrarias online para a conclusão da escrita da monografia de conclusão de curso.

De acordo com Verne, os livros esperados são importantes para o fechamento de alguns pontos conclusivos de alguns capítulos. “Essa realidade só complica a situação dos estudantes que dependem da disponibilidade de livros adquiridos por meio online. Ficamos à mercê da mobilização”.

Ainda de acordo com ela, o calendário acadêmico de muitas instituições de ensino superior em Alagoas antecipou o calendário de entrega e defesa das monografias. “E agora como fica, se não entregar na data não poderei defender e, sem os livros que não tem nas bibliotecas e livrarias não poderei entregar e para obtê-los dependo agora só dos Correios”, explicou.

A orientação discutida na assembleia de ontem, segundo Balbino, é a de que os carteiros cruzem os braços e que não realizem a separação dos objetos e encomendas. “As atividades estarão totalmente paralisadas e mesmo que a empresa pegue o pessoal administrativo eles não vão dar conta na triagem e destinação das encomendas”, explicou.

Ainda de acordo com ele, a empresa não se pronunciou a respeito da problemática e que cerca de 250 mil correspondências, por dia, deixarão de ser entregues durante o período de greve.

Nota dos Correios acerca da deflagração de greve

Conforme decisão do TST no último dissídio coletivo dos Correios, em 2013, as decisões a respeito da gestão do plano de saúde são exclusivas da empresa e não das representações sindicais. Assim, os Correios entendem que a paralisação, além de trazer prejuízos à sociedade brasileira também é ilegal, abusiva e afronta o Poder Judiciário, ao buscar alterar fato já decidido pelo TST.

Os Correios voltam a afirmar que serão mantidas todas as condições vigentes do CorreiosSaúde. Portanto, nenhuma mensalidade será cobrada, os dependentes regularmente cadastrados serão mantidos e o plano de saúde não será privatizado. A empresa também destaca que os percentuais de co-participação não serão alterados e os trabalhadores dos Correios não terão custos adicionais.

O plano CorreiosSaúde, que atende os empregados da ECT e seus dependentes, passou a ser operado pela Postal Saúde, que é uma caixa de assistência, patrocinada e mantida pelos Correios — e não um plano de saúde. A Postal Saúde é registrada na Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, com política e diretrizes definidas pela ECT.

Os Correios destacam que não há suspensão de serviços e atendimento. Atrasos nas entregas podem ocorrer nos locais em que há paralisação deflagrada, já que o movimento está concentrado na área de distribuição, porém as agências estão abertas e todos os serviços, inclusive o SEDEX, estão disponíveis — com exceção dos serviços de entrega com hora marcada em algumas localidades. A empresa destaca que os consumidores não devem buscar suas correspondências nas unidades de Correios, mas sim aguardar em casa a entrega desses objetos.

O levantamento desta terça-feira (18) mostra que 96,13% do efetivo dos Correios do Brasil não aderiu à paralisação — o equivalente a 120.567 trabalhadores. No entanto, foi montado um Plano de Contingência pelos Correios para garantir o mínimo de transtorno possível à população. Funcionários da área administrativa estão apoiando nas atividades de distribuição e triagem e haverá entrega de correspondências também nos finais de semana (já incluindo este sábado e domingo).

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