Nova mestra do Patrimônio Vivo, Bertu mantém tradição do Pastoril há 20 anos

Agência AlagoasNova mestra do Patrimônio Vivo, Bertu mantém tradição do Pastoril há 20 anos

Nova mestra do Patrimônio Vivo, Bertu mantém tradição do Pastoril há 20 anos

Bertulina Nunes Barbosa ou Bertu, como é mais conhecida, é professora e também se dedica à costura. Porém, é a coordenação do Pastoril Mensageiro da Fé a atividade que ela considera como mais importante, a qual ela se dedica há mais de 20 anos no povoado de Riacho Velho, em Marechal Deodoro. Nesta segunda reportagem da Série Mestres do Saber, a Agência Alagoas mostra a história da mais nova mestra do Patrimônio Vivo de Alagoas.

Desde criança, Bertulina se encantou com a dança e a graciosidade do Pastoril, uma das mais representativas manifestações populares de Alagoas. “Quando conheci o Pastoril ainda era menina, mas me encantei completamente. Participei dançando, na época”, relembra. O encantamento da infância não se acabou com o passar dos anos até que Bertu teve, finalmente, a oportunidade de criar um grupo de Pastoril na Escola Municipal Jonas de Oliveira Pinto, onde lecionava.

Natural de Marechal Deodoro, mestra Bertu também morou anos em Maceió e depois se mudou definitivamente para Riacho Velho. Lá, ela levou várias gerações de jovens e crianças da região a brincar o Pastoril, a partir de 1994. “O povo daqui nunca tinha visto um Pastoril, não sabia o que era. Formei o grupo em 94 e o organizei ainda na escola, depois continuei à frente do grupo com as pessoas da comunidade, sempre com entusiasmo”, relatou.

O pastoril Mensageiro da Fé, formado por 19 integrantes, se apresenta em Maceió e Marechal Deodoro, incluindo os povoados Massagueira e Barra Nova. O grupo também realiza apresentações em uma associação situada próximo ao povoado, que reúne alagoanos e estrangeiros.

Além de ensinar a dança e as músicas tradicionais do folguedo natalino, executando jornadas completas – histórias cantadas que fazem referência à religiosidade, louvando o menino Jesus – já conhecidas e outras criadas por ela, a mestra confecciona os trajes dos cordões azul e encarnado, típicos do folguedo. “Faço com muito gosto. Tenho muito prazer em cuidar de cada detalhe, desde as roupas aos adereços, como o pandeiro com cabo enfeitado de fitas utilizado pelas pastoras”, ressaltou.

O entusiasmo das meninas em participar do cordão da mestra Bertu é grande, e ela se orgulha em dizer que atualmente até a figura do pastor é disputada entre os meninos da localidade. “As meninas me procuram sempre que há vaga no grupo. E antes havia dificuldade de encontrar um menino para ser o pastor, mas hoje eles até disputam a vaga”, disse.

Na última semana, a mestra de Pastoril foi contemplada com o Registro de Patrimônio Vivo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), que também foi dado ao mestre santeiro Claudionor Higino. “Recebi o comunicado e fiquei muito emocionada. Não esperava, foi uma surpresa grande. É maravilhoso ter sido reconhecida desta forma”, destacou. “O Pastoril é tudo para mim, sou realmente apaixonada por isso. Quando vejo a apresentação do Pastoril, tenho uma satisfação imensa”.

Pastoril – O tradicional folguedo alagoano é formado por dois cordões de pastoras, um azul e outro encarnado (vermelho), que se apresentam cantando jornadas soltas. A figura Diana fica no meio e defende os dois cordões. Durante as apresentações, o público compra os votos de seu cordão favorito. Ao final, com a apuração dos votos, a pastora mais votada é coroada rainha. Outras figuras do pastoril são a cigana, a borboleta e o pastor.

Fonte: Agência Alagoas

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos